30/04/20

Desafio nº 206


Conhecem palavras com o ditongo «ai»? Dou um exemplo: «vai».
Encontrem várias, vão precisar de 7. Inspirem-se!
O vosso texto terá de as incluir e terá… exatamente… 77 palavras!

Eu experimentei assim:
Se a dança me atrai desde sempre? Talvez. Devia ter 5 ou 6 anos, o meu pai, preocupado ou envergonhado com a filha que ainda não falava, pôs-me o xaile às costas e atirou-me para o meio do arraial. O bairro todo a olhar para mim. Via pernas a mexer. Assustada, acabei resgatada por uma bailarina que se baixou e me sussurrou: «Segue o meu ritmo.» E era isso mesmo: faltava-me ritmo para fazer dançar as palavras.
Paula Isidoro, 38 anos, Salamanca, Espanha
Desafio nº 206 – palavra com o ditongo «ai»

29/04/20

Verena Niederberger ― desafio 205

Pela manhã Teca telefona para Doutora.
Teve febre, muita tosse, cansaço.
Dor de cabeça fortefalta de apetitesem olfato nem paladar.
Teria se contaminado?
Temor toma conta.
Te acalma, diz Doutora.
Por telefone conversam longamente.
Tenho tratado muitos casos.
O seu, leve parece ser.
No começo da doença a paciente ficou acamada.
Isolada em seu quarto, de nada queria saber.
Mal resolveu desaparecer.
Hoje ergue as suas mãos ao céu para agradecer.
Dura batalha conseguiu vencer.
Verena Niederberger, 69 anos, Rio de Janeiro - Brasil
Desafio nº 205 ― sílaba TE

M. V. ― desafio 39

Uma Páscoa diferente…
Um pouco infeliz por estarmos em isolamento, acordei com a campainha a tocar. E qual não foi o meu espanto quando vi uma encomenda...
Por causa do coronavírus, tenho de me proteger. Agarrei nas minhas luvas e peguei na caixa. Abri a mesma e, afinal, era só um ovo da Páscoa que lá tinham posto.
Contente com a situação, pensei para os meus "botões": só preciso que a pandemia acabe para ficarmos todos bem.
M. V., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

B. C. ― desafio 39

Esta foi uma Páscoa diferente! Uma pandemia provocada pelo novo coronavírus colocou Portugal de quarentena. Vivemos uma época de isolamento e, nesta fase tão difícil da nossa vida, comecei a dar mais importância aos sentimentos. Sempre achei que o mais importante, na Páscoa, era o ovo de chocolate, mas agora posso dizer que afinal era só um ovo da Páscoa! O mais importante são os abraços, as brincadeiras com os meus amigos e podermos juntar a família.
B. C., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

M. M. ― desafio 39


Ninguém podia prever que passássemos a Páscoa em quarentena. Pois é, esta pandemia causada pelo coronavírus obrigou-nos a ficar em isolamento.
Como estamos confinados, movimentamo-nos pouco e, por isso, não podemos abusar muito dos doces, nestas férias. Mas vou admitir que comi um docinho, afinal era só um ovo da Páscoa.
Agora, os adultos trabalham em casa e os jovens voltaram ao tempo dos avós com a Telescola. Para sairmos à rua, temos de utilizar máscaras, luvas...
M. M., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

S. A. ― desafio 39

Depois de tantos dias fechada em casa devido a esta pandemia, chegou finalmente o dia de Páscoa, sendo que este ano iria ser um pouco diferente do habitual. Não tinha de ser mau, mas claro que faltaria sempre qualquer coisa. Não eram as pessoas, também não era a comida, nem a alegria. O que seria?... E lembrei-me: afinal, era só um ovo da Páscoa, um daqueles deliciosos ovos coloridos. Este dia, mesmo sendo diferente, foi muito bom.
S. A., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

F. H. ― desafio 39

Há uns dias, em plena quarentena, fui para a cozinha onde a minha família estava a tomar o pequeno-almoço. A minha irmã pegou num ovo e atirou-o na minha direção. Olhei com atenção para ele e apercebi-me que, afinal, era só um ovo de Páscoa. No entanto, com medo que se partisse, consegui apanhá-lo antes de atingir o chão e partilhámo-lo com os meus irmãos. Devido ao isolamento em casa, esqueci-me que era o Domingo de Páscoa!
F. H., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

D. N. ― desafio 39


Era domingo de Páscoa e eu acordei por volta das 10h30. Saí do quarto, cheguei à cozinha, onde estava a minha mãe, e ela disse-me que teria comprado ovos de chocolate, na manhã anterior. Quando vou ao saco onde supostamente estariam os ovos, para meu espanto, afinal, era só um ovo da Páscoa que ali estava. E eu a julgar que eram vários… Por isso fui à procura dos outros ovos. E isto mais parece uma intriga!
D. N., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

P. M. ― desafio 39


Nesta Páscoa, acabei por não comer um ovo de chocolate. Afinal, era só um ovo da Páscoa. E não fez mal nenhum, porque, assim, não engordei como no ano passado, em que comi três ovos. Devido à pandemia de Covid-19, as autoridades não nos aconselhavam a sair de casa, a não ser que fosse por um motivo de exceção, e comprar um ovo da Páscoa não era um deles. Por isso é que não comi ovos nenhuns.
P. M., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

D. N. ― desafio 39

Neste ano, pensava que ia ter uma Páscoa muito boa, em casa da minha avó, com a minha família. Mas, no início do ano, apareceu um vírus chamado Corona que estragou a nossa vida. Tivemos de passar a Páscoa em casa por causa do vírus. A minha irmã disse que tinha um presente para me dar, pensava que era roupa, mas afinal, era só um ovo da Páscoa. Mesmo sendo um ovo pequeno, foi uma boa prenda.
D. N., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

T. M. ― desafio 39


Nesta Páscoa, comi só um ovo de chocolate. Não me fez muito mal, porque, afinal, era só um ovo da Páscoa, igual ao dos outros anos. Tinha o mesmo sabor de sempre, não era diferente em nada, até o plástico era igual e tinha o mesmo brinde no interior. O ovo parecia menor do que nos outros anos, mas devia ser para comermos um pouco menos. Bom, isso não importa. A nossa Páscoa foi igual às outras.
T. M., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

A. G. ― desafio 39


Como todos sabem, estamos de quarentena por causa do coronavírus. Não podemos sair de casa, não podemos visitar os nossos amigos nem ir à escola. Quando abri a porta para o meu pai ir despejar um saco ao lixo, vi, lá fora, uma caixa, mas afinal era só um ovo da Páscoa. Pensei em tudo o que podia ser. Até me passou pela cabeça que fosse uma bomba, e tive medo de ver o que era. Enfim…
A. G., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

D. A. ― desafio 39


Era manhã de Páscoa e, apesar de estarmos de quarentena, ninguém se esqueceu de quando todos param as suas dietas, que duram meses, para comer o tão aguardado ovo de chocolate.
Havia um grande alarido em toda a casa, pois todos queriam saber o que estava dentro da caixa de correio do prédio. Ainda pensámos que fosse dinheiro, mas afinal, era só um ovo da Páscoa. É que, no papel fora da caixa, estava escrito: “Grande recompensa”.
D. A., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

R. P. ― desafio 39

Esta quarentena tramou-nos a todos, ninguém estava à espera desta pandemia desmotivante. Além disso, comi muitos açucarados e bolos, que me engordaram um pouco. Agora nem se pode ir a rua, o que é uma grande parvoíce. Parece que estamos numa jaula sem tempo e sem fim. Pensei que, em cima da mesa, havia um grande banquete para nos empanturrarmos, mas afinal era só um ovo da páscoa! Eu e minha família passámos assim a nossa Páscoa.
R. P., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

J. B. ― desafio 39


Tudo começou numa simples tarde de domingo. Não um domingo comum, pois estávamos todos em casa de quarentena. Depois de uma tarde sossegada, a minha mãe disse-nos que tinha uns presentes para nós e ficámos todos ansiosos por saber o que era. Pensámos em tudo o que havia para pensar: num brinquedo novo, numa roupa nova, em tudo mesmo. Mas, afinal, era só um ovo da Páscoa… Com esta situação toda, até nos esquecemos que era Páscoa.
J. B., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

A. C. ― desafio 39

Acordei e acendi a luz do meu quarto, porque vi uma coisa a brilhar, na minha mesa-de-cabeceira. Achei que estava a sonhar ainda… Fui até lá e, afinal, era só um ovo da Páscoa. Não sabia que dia era, mas, tendo ali um ovo, percebi que devia ser domingo, dia Santo. Devido ao isolamento social, não pude ir ver os meus avós e foi um dia quase comum, em nada comparável com a Páscoa dos outros anos.
A. C., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

T. D. ― desafio 39


Estamos todos em quarentena e nem podemos ver os nossos amigos. Bem, chegou a Páscoa e eu estava mesmo entediada! A minha mãe aproximou-se de mim, deu-me um saco e disse-me: "Cuidado com o que está aí dentro." Eu fiquei a olhar para ela a tentar adivinhar o que estaria ali no saco, mas, quando o abri, a minha mãe começou a rir e eu disse: "Afinal, era só um ovo da Páscoa, nem era nada demais".
T. D., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

A. P. ― desafio 39


Estava tudo muito bem até começar este isolamento ou quarentena, não sei; é tudo a mesma coisa, por isso não importa. Posso dizer que a minha Páscoa foi um pouco desinteressante. Não pude sair de casa, não pude estar com os meus amigos e recebi pouquíssimos doces. Afinal era só um ovo da Páscoa, um tubo de gomas e uma tablete de chocolate. Mas, por outro lado, também gostei, porque pude passar tempo junto da minha família. 
A. P., 3º ciclo do Agrupamento de Escolas n.º 2 de Abrantes
Desafio n.º 39 história que contém a frase: “Afinal, era só um ovo de Páscoa”

27/04/20

Joana Leitão ― rewordit


Palavra. Palavra teimosa. Palavra teimosa persistente. A Palavra teimosa persistente, empurrava a palavra obediente. Teimosa, persistente e desobediente, vivia num dilema. Tanto empurrou que um pontapé levou, caindo do poema. Da poesia de fora, foi a palavra teimosa embora, mas deu um trabalhão e do livro caiu ao chão. Não só foi escorraçada, como por uma rajada de vento foi levada. Voou por prateleiras e mesas, desfalecendo onde agora jaz, naquele dicionário rosa, essa birrenta palavra teimosa.
Joana Leitão, 44 anos, Sintra
Desafio IG Re-Word-It

Carla Silva ― desafio 192

As Gaivotas
― Já foi. Eu bem disse. 
― Ora. Está caladinha e cala-te.
― Também acho. Calada ficas mais bonita. 
― Estás a dizer que sou feia?
― Parem a discussão e ajudem!
― Ajudar?! Mas tu viste bem o tamanho dela?
― Mas tu só metes defeitos? Eu sou feia, ela é gorda. E tu? Deves achar-te um deus. 
― Já chega!
Alice massajou a cabeça dorida. Decididamente precisava ir ao hospital. A queda fora grande. Tanto, que podia jurar que as gaivotas de pedra falaram.
Carla Silva, 46 anos, Barbacena, Elvas
Desafio nº 192 ― gaivotas em pedra

Celina Silva Pereira ― desafio 205

Oração suplicante
O cenário é deslumbrante no reino ― campos floridos, verdes colinas,
muitos rios e praias formosíssimas.
A tristeza e a morte, porém, atingiu o lugar. Girassóis mutantes tornaram-se um
agente sufocante e ninguém quer arriscar-se a encontrá-los. As pessoas,
temendo o pior, trancaram-se e unem-se em oração suplicante.
Por último, o palácio foi tomado por chama ardente num acidente suicida. Os súditos
expectantes aguardam um final feliz.
Famoso cientista resiliente pesquisa numa torre; espera-se que tenha sucesso!
Celina Silva Pereira, 69 anos, Brasília, DF, Brasil
Desafio nº 205 ― sílaba TE

Mónica Marcos Celestino ― desafio 205


TRISTEZA
Bate com tensão tenaz
a pungente tristeza
que, na tenebrosa noite,
arteira e silente
a sua teia-de-aranha tece.

Com ferente estilete arremete,
incessante e impertérita,
contra quem tente amortecer
a sua terrível forteza.

Qual experiente estratega acomete,
insistente e teimosa,
ao valente que lute
para se desterrar dela.

Mas o forte combatente
que aos temíveis embates
da berrante tristeza
temor nenhum jamais sente,
quiçá dela se aparte.

E, triunfante, quebrante assim
a entretecida teia
da omnipotente tristeza.
Mónica Marcos Celestino, 47 anos, Salamanca, Espanha
Desafio nº 205 ― sílaba TE

24/04/20

Filomena Galvão ― desafio 205


Sinto-me impotente.
Quero abraçar-te, quero abraçar o mundo.
Quero cantar, dançar contigo na praia, ao pôr-do-sol.
E ainda mergulhar no mar.
Mas, a vida é uma fonte de enigmas. De repente, vira tudo do avesso.
Num ápice o presente mostra-nos que não somos nada.
Sem limite, temos ilusões, tecemos e urdimos, como numa teia, os dias da nossa existência.
Contudo, um simples, nue vírus, deixa-nos confinados,  põe-nos perante a nossa
insignificância. Revela os seres frágeis que somos.
Filomena Galvão, 59 anos, Corroios
Desafio nº 205 ― sílaba TE

Alex Santi ― desafio 205


Numa noite de primavera fria, o vento corrói os cantos da casa situada no alto dum monte. A solidão penetra, insistentemente, pelas frestas das portas e das janelas partidas. A casa é o que restou, duma gente que se perdeu. Dentro, em cada objeto deixado para trás, um sinal restante de quem já não existe, vinte anos se passaram, tudo está exatamente no mesmo lugar. No quarto, sobre o aparador, jaz um pente velado pelo pó inerte.
Alex Santi, 28 anos, Ericeira 
Desafio nº 205 ― sílaba TE

Beatriz F ― desafio 64


Depois do fim, Kate apenas falou em silêncio. De gargalhada transparente, olhos brilhantes, expressões misteriosas, toda a gente percebia o que dizia. Aos poucos, foi viciando os seus colegas com o original modo de comunicação, todos expressavam os problemas, em silêncio.
Num dia de chuva intensa, cruzou-se com Robert, as gotas que caíam no seu rosto brilharam mais luzidias, o rapaz também não conseguiu falar, amaram-se à distânciaCumprimentaram-se e partiram para suas casas, tornando-se amigos eternos.
Beatriz F., 17 anos, Epadrc, Prof.º Fernanda Duarte - Alcobaça
Desafio nº 64 – texto começando por “Depois do fim…”

22/04/20

Equipa RE-WORD-IT

Esta é a equipa RE-WORD-IT 
As Histórias em 77 Palavras contam com estas 
quatro mulheres de armas com palavras na bagagem.





















Quem são?

Theo De Bakkere ― desafio 205


A Maldição
Na ilha Terceira, segundo o mito, foi escondido por corsários teutónicos um tesouro de oitenta mil ducados de ouro.
Os ilhéus teriam sabido dessa tesouraria numa gruta subterrânea, mas também da terrível maldição que cheirava a peste. Por este motivo nunca tentavam descobrir aquele trico misterioso. Preferiram saúde em vez um túmulo luxuriante. Um dia desapareceu o tesouro, furtado por salteadores ignorantes, e  a maldição da morte e perdição espalhava-se como um ato terrorista pelo antigo continente.
Theo De Bakkere, 68 anos, Antuérpia-Bélgica
Desafio nº 205 ― sílaba TE

Toninho ― desafio 205

Foi ser feliz sem João
Arlete moça bonita só vestia roupas com tecidos vindos da Jamaica.  Namorava João homem de poucas palavras, só síntese, tinha uma mobilete importada, que se exibia pelo bairro. Ali morava Aristóteles, exímio protico, que jogava charme para Arlete, que correspondeu. Uma testemunha de Jeová viu como adulrio, fofocou para ele. Que furioso quebrou seu dente, refeito pelo protico. Fim do triângulo. Com trinta dias, abandonada Arlete conheceu Antero com quem fugiu, que nem tinha entrado na história.
Toninho, 64 anos, Salvador-Bahia, Brasil
Publicado aqui: Foi ser feliz sem João
Desafio nº 205 ― sílaba TE

Marina Santos ― desafio 205

O melhor da vida
Surpreende-te e aos demais,
Não escolhe dia e noite
Nem sapatos dos Natais.

Pode- te sussurrar ao ouvido
Ou pura telepatia,
Sente, iminente, tão de repente
Esta tamanha magia.

Não te armes em forte
Deixa o coração fluir,
Quando o amor entrar 
Jamais poderá sair.

Tal como na telenovela
Chega e sorris, 
Ajoelha sincero
Olha o anel de rubis!

Será um final feliz
Se assim deixarmos ser,
Vamos descomplicar a vida 
Até ao envelhecer?
Marina Santos, 29 anos, Coimbra
Desafio nº 205 ― sílaba TE

Carlos & Mariana ― desafio 163


Silenciosamente, os dias foram passando, e nós cada vez mais tensos. 
Ao longo do confinamento, tudo parecia assustador, tudo estava fechado. Somente, em dias de Sol, víamos um infinito céu azul. Em silêncio, conversávamos connoscoDescobríamos sentimentos de Paz, há muito esquecidos. Eram pensamentos lentos, que rejuvenesciam a alma. 
A natureza estava mais desperta, mesmo sem lentes. Apesar de estarmos limitados, os dias passavam mais depressa. 
tio António andava sorridente, porque tinha a oportunidade de  se divertir.
Carlos & Mariana, 18 anos, Epadrc - Prof.ª Fernanda Duarte - Alcobaça
Desafio nº 163 ― palavra grande gera mais 6

20/04/20

Natalina Marques ― desafio 205


― Olá Judite, onde vais  tão contente, tão bonita,  penteada?
― Vou festejar o meu aniversário, porquê?
― Porque teu pai, é um pobre artesão, desde que a tua mãe morreu, vive numa tristeza que mete dó. De certeza que não tem dinheiro para te comprar um  presente.
― Tu tens inveja  porque és rica, não tens o direito de me falar assim, não me martirizes com essa conversa, nunca ouviste dizer... pobrete mas alegrete, pois é, eu sou  feliz assim.  
Natalina Marques, 61 anos, Palmela
Desafio nº 205 ― sílaba TE

Chica ― desafio 205


Telefone toca.
Oi, mãe!
Te arruma, temos um programinha legal!
O que é, nem interessa! Vamos, troca a veste. Quero ver-te bem linda e colorida!
Tenho uma ideia atraente!
Teresa colocou vestido com enfeite colorido, esperou campainha avisar chegada filha.
Sai pelo portão, antes de tudo abraça forte e demoradamente a filha.
As duas felizes por terem essa oportunidade novamente.
Nessa hora, acordou! Fora apenas um sonho! Pena! Há ainda que esperar e sonhar por esse momento!
Chica, 70 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Desafio nº 205 ― sílaba TE

Rosélia Bezerra ― desafio 205

Amo-te, meu amado,
Despretensiosamente
Gratuitamente...

Sempre terás meu amor,
Terás paz,
Carinhos meus,
Em toda situação,
Sem interrupção.

Não temamos tempestades,
No teclado do nosso coração,
Só há uma boa sintonia.

Telefonas, vibro,
É terapêutico,
Motivador...

Tivemos, 
Temos,
Teremos bons momentos.

Somos testemunhas do cupido,
Temível a quem não é flexível,
Ao que não se deixa modelar.

O amor coabita no mesmo teto
Do altruísmo,
Da cumplicidade,
Da união do corpo e espírito,
Da paixão,
Do enamoramento,
Rosélia Bezerra, 65 anos, ES, Brasil
Desafio nº 205 ― sílaba TE

Desafio nº 205

O desafio que vos lanço é o seguinte:

Encontrem 10 palavras com a sílaba TE – no início, no fim, no meio, em qualquer sítio. Atenção, tem de ser sílaba (não contam palavras como tempero, pois a sílaba é tem). Há imensas.
Depois, escrevam um texto com as 10!

Arranjei mais de 10 para escolher, escrevi assim:
Artémio andava entediado. Enfiara um barrete com aquela potente promoção por telefone, daquelas em que apetece logo comprar. Nem ouviu as condições. Viu-se a serpentear por entre pessoas, com uma trotineta extraordinária. Passou um pente pelos cabelos, arrancou, contente, a caminho do debate sobre veículos alternativos. Aquilo partiu-se na quinta curva. Queixou-se ao vizinho, que logo lhe atirou:
― Falaste com uns tipos ao telefone e caíste, tanto na esparrela como na rua, estavas a pedi-las!
Margarida Fonseca Santos, 59 anos, Lisboa
Desafio nº 205 ― sílaba TE

19/04/20

Maria João Cortês ― desafio 185


Inácio gostava da taberna. Ingeria vários copos e ia cambaleando até à Igreja. Encostava-se às pedras íngremes, quase adormecia, invocava os Santos que ingenuamente conhecia e, inclinando a cabeça, ressonava, incapaz de outra coisa. Indisposto e alcoolizado, ficava inerte, como que instalado na sua bebedeira, inalando o cheiro a incenso vindo da Igreja, esperava o Pároco. Impressionado com tanta imundice, levava o infeliz para casa onde iria acabar numa sujeira inverosímil ou numa instituição que fosse recomendada.
Maria João Cortês, 77 anos, Lisboa
Desafio nº 185 ― palavras com i

18/04/20

Filomena Galvão ― desafio 204


Escrever tornou-se um desafio, após ter feito uma ACD de escrita criativa com a Margarida. Ver os trabalhos publicados no blogue, ouvir alguns selecionados na Rádio Sim estimularam-me muito. Agora só a falta de tempo me limita. No entanto, desafio também os meus alunos e alunos turcos, parceiros de um projeto etwinning. Tenho alguns trabalhos de 77 palavras em português e em inglês  que irei partilhar com a mentora desta página. Só falta dizer OBRIGADA e PARABÉNS.
Filomena Galvão, 59 anos, Corroios
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

Marina ― desafio 199


Era Páscoa e ninguém podia sair à rua. Mas aqui em casa quem manda sou eu. Sento-me no sofá, levo pão e queijo e abro uma garrafa de vinho. Ligo aos meus pais, “Sim, estou sozinha, mas estou bem, não se preocupem”. Bebo mais um copo.
Olho para o lado e, não sei se fruto da preocupação ou do vinho, vejo uma rã mesmo colada a mim.
Lembro-me de «Amigos Improváveis» e se poderia ser a minha.
Marina, 29 anos, Coimbra
Desafio nº 199 ― rã no sofá

16/04/20

Projeto RE-WORD-IT



As Histórias em 77 Palavras foram, ao longo dos anos, evoluindo e, de certa forma, provocando novas ideias e novos rumos. O resultado desta ideia e a entrada na minha vida da Isabel Peixeiro (responsável pelo GrandesHistóriasMãosPequenas) e da Rosário Padinha Ribeiro (que j
á conhecem daqui) revolucionou a visão e objetivo do nosso trabalho e fez crescer algo transversal à escrita. 
Apresento-vos o projeto RE-WORD-IT – Brincar a sério com as palavrasDirigido a adultos, jovens e crianças, o RE-WORD-IT reforça o processo de aprendizagem ao longo da vida através da escrita e da leitura, do estímulo da criatividade e do desenvolvimento de competências nas técnicas de atenção, concentração, memória, leitura em avanço e audição interior.

14/04/20

Celeste Bexiga ― desafio 202

ONTEM finalmente saí à rua.
Hoje, pensando sozinha:
― Já devia ter saído há mais tempo, mas foi ONTEM, porque havia sol.
Sozinha, caminho com a máscara na cara, sentindo o abençoado sol.
Triste, no entanto, ONTEM estava mais desencantada, descrente, saudosa.
ONTEM senti toda a certeza da incerteza que nos rodeia.
ONTEM o dia foi especial, saí à rua, tirei algumas fotos, saudei o rio, as flores.
Não sei quando terei outro ONTEM.
Outro ONTEM, quero vivê-lo...
Celeste Bexiga, 68 anos, Alhandra
Desafio nº 202 ― 7 vezes a palavra ONTEM

Theo De Bakkere ― desafio 204

Graças a Senhora Margarida
Segundo Júlio César, os belgas eram os mais corajosos de todos os Gauleses, no entanto minha primeira participação parecia um passo incerto no desconhecido. Atravessaria o Rubicão sem qualquer daquela bravura belga. O português pode ser a língua materna de Camões, mas não da minha mãe.
Felizmente o medo de falhar derretia como neve ao sol. Pois eu era tratado igualmente como qualquer outro participante.
Já vivo anos sob o feitiço daquela fórmula mágica e ainda aprendo.
Theo De Bakkere, 68 anos, Lisboa
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

Elsa Alves ― desafio 204

Aos quatro anos, eu escrevia usando um alfabeto inventado por mim. Se lia eu, tudo bem... Quando pedia ao meu pai, ele desculpava-se: "Não tenho óculos. E a tua letra é muito miudinha." A minha mãe ralhava-me: "Não se percebe nada! Só rabiscos! Tu entendes, mas mais ninguém." Ela tinha razão. Eu não cumpria o grande objectivo da escrita: comunicar. Ser lida pelos outros. Tento fazer isso aqui no blogue. Mostrar que a escrita é uma ponte.
Elsa Alves, 71 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

13/04/20

Helena Rosinha ― desafio 204


― Experimentem escrever uma história em 77 palavras. É tão divertido!
Embora descrente, ensaiei uma, duas, três vezes… Viciei! Tanto, que nas datas estipuladas apresso-me a descobrir o novo desafio. Adiro imediatamente às propostas? Nem sempre, mas quanto mais difíceis, mais desafiada me sinto; espevitam-se os neurónios e passam-se bons momentos em boa companhia — imagino, minto, invento, tempero e deixo a marinar. Quando pronto, segue para o correio. Comigo, é assim há quase três anos. Obrigada, Margarida. Parabéns!
Helena Rosinha, 67 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

Carla Silva ― desafio 195


Fim de Ano
O fim não tardaria. Sentia-o chegar muito lentamente. Mas não sentia rancor. Pelo contrário, estava grato. Pois ultimamente sentia-se cansado. Não era para menos!
Afinal passaram-se imensos dias. Inicialmente, na juventude, contara-os. Depois acabara por desistir. Mas não por preguiça! Simplesmente aconteceram outras coisas. Coisas que o fizeram sorrir. As pequenas grandes coisas. 
Mas também houve outras. Essas ele preferia esquecer. 
Felizmente outro ano chegaria. Novo, cheio de sonhos. Trazendo esperança ao mundo. 
O tempo dele terminava. 
Carla Silva, 45 anos, Barbacena, Elvas
Desafio nº 195 ― ano velho em frases pequenas

Odília Baleiro ― desafio 204

É com prazer que percorro as pequenas histórias do blog, imaginando a luta que travaram as palavras, as 77. Desde o início descobri estes desafios. Porém, só mais tarde comecei a participar, embora de forma irregular. Gosto de encolher as palavras. Às vezes, elas zangam-se quando optamos por esta e não por aquela, porque acham que todas devem ter os mesmos direitos, as mesmas oportunidades! Digo-lhes sempre: paciência! Na próxima história haverá lugar para mais. Parabéns, Margarida! 
Odília Baleiro, 64 anos, Lisboa
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

Celina Silva Pereira ― desafio 204


Sempre retorno
Já faz cinco anos que venho aqui. Tenho minhas histórias guardadas e gosto de revê-las. Elas lembram momentos passados e às vezes se ligam com o presente. Tenho também as histórias dos alunos e o desejo de partilhar o prazer da escrita. E as histórias lidas na rádio, na voz da anfitriã – que lindo.
Leio histórias dos amigos, bom encontrar-se neste blog. Às vezes passo um tempo longe, mas sempre retorno. Muito prazeroso escrever, ler e encontrar-se.
Celina Silva Pereira, 69 anos, Brasília
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

Toninho ― desafio 204

Escrever minicontos, micro contos é arte admirável. Lendo participações da Chica, seguidora assídua do desafio 77 palavras, que curioso, passei exercitar cada um. Então enviei o primeiro com bela recepção da Margarida, que me estimulou a voltar. Desde então fico ansioso, pelo que vem na arte de aprontar da Margarida. Hoje minha biblioteca deste é considerável. É prazeroso cada desafio para o magnífico poder da criação. No blog temos este incentivo da síntese dos sentimentos. Obrigado Margarida!
Toninho, 64 anos, Salvador-Bahia-Brasil
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

Isabel Lopo ― desafio 204

Fazer parte destes desafios foi uma das coisas boas que me aconteceram, porque, para além do prazer de os escrever, fiz uma das grandes amizades da minha vida. Margarida, a criadora deste blog, já não é só a minha mestra de escrita criativa. É uma grande amiga com quem aprendi a escrever emoções e desvendar bocados de mim que estavam guardados no meu coração! Obrigada, querida Margarida por me ter deixado entrar neste seu mundo de magia!
Isabel Lopo, Alentejo
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

Marta Rodrigues ― desafio 204


O que é estar aqui no blogue? É contar histórias de uma forma diferente. É contar histórias sem letras proibidas ou com frases obrigatórias. É poder ver a quantidade de histórias diferentes que são escritas a partir do mesmo desafio. É brincar com as palavras. Mas por vezes também é levar o tico e o teco à loucura. É ter encontro marcado nos dias 10, 20 e 30 de cada mês. É gostar de escrever. É divertido!
Marta Rodrigues, 21 anos Albufeira #euficoemcasa
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

Lica ― desafio 204

Para mim, estar neste blogue é um desafio que espero três vezes por mês. Gosto de escrever, e com mais de oitenta anos, faz bem ter um ginásio para a imaginação. O ginásio está na moda, mas só pensam no físico, no por fora - e o por dentro? Tenho o privilégio de normalmente poder fazer o que me apetece, e sei não me aborrecer, mas ser desafiada dá-me pica, porque ter muitos anos não é ser velho. 
Lica, 81 anos, Lisboa #sempreemcasa
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

Rosélia Bezerra ― desafio 204

Foi no final de 2014, conheci a iniciativa.
Fui percebendo a valorização de todas minhas contribuições.
Lia na Rádio SIM, mandava-me o link, ouvia com prazer. É muito gostoso escutar uma história escrita por nós na voz de uma escritora.
Fui envolvendo-me com o projeto de tal forma que não falto às sugestões displicentemente e ainda fiz algumas anteriores ao meu início. Gosto de exercitar a objetividade das 77 palavras, aprecio o número cabalístico, exercito minha mente.
Rosélia Bezerra, 65 anos, RJ, ES, Brasil
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?

10/04/20

Mariana Silva Gonçalves ― desafio 175

PODIA não dizer nada e guardar para mim. AFINAL o Manuel andava a enganar a Teresa. SERIA como uma bomba a cair naquela casa. DEPOIS de ter visto aquilo, eu fiquei boquiaberta. PODIA ficar calada, mas decidi contar à Teresa. AFINAL de contas, o casamento era uma farsa. SERIA pior, no entanto, para os seus filhos. DEPOIS de tantos anos juntos, aquilo aconteceu inesperadamente.
Quando cheguei a casa, vi alguém armado à minha espera. Era o Manuel.
Mariana Silva Gonçalves, 17 anos, Vila Nova de Famalicão
Desafio nº 175 ― ritmo do texto predefinido

Natalina Marques ― desafio 204


Estar aqui...
É gostar de escrever
para sorrir e alegrar
Amigos para conhecer
e com eles partilhar.
Estar aqui...
É poder sonhar
em liberdade crescer
ter histórias para contar
e com todos aprender.
Estar aqui...
É juntar amizade com saber
embalar sonhos 
escritos no vento
que falam de amor
sem esquecê-los,
com o tempo.
Estar aqui...
é poder viajar
num mundo de ilusão
e sempre poder voltar
nos braços de uma canção.
É muito bom, estar aqui.
Natalina Marques, 61 anos, Palmela
Desafio nº 204 ― como é estar aqui?