31/10/20

Elsa Alves – desafio 132

Rosa mora com Cora. Conseguiram arranjar aquele apartamento, nada caro para as condições. Fora da cidade. Elas preferem silêncio. Rosa trabalha no ramo imobiliário. Teve faro para descobrir uma casa, sem precisar de qualquer obra. Com um belo arco na entrada. Dora, uma amiga de ambas, visita-as com frequência. Invariavelmente, diz-lhes:

– Abro a vossa porta, paro e sinto a cabeça a andar à roda. Parece-me voar...

Felizmente, nunca reparou no rato que a espreita do seu buraquinho...

Elsa Alves, 62 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 132 ― AOR + 1

Theo De Bakkere – desafio 224

O bode

Tiveram como animal de estimação, um bode. Como o bicho pensava que era um cachorro, não daria qualquer problema. Ao contrário, tinha a vantagem de não ladrar, pois balia como um bebé.

Gostava de ir à praia com seus donos para jogarem bola, e quando iam nadar, vigiava como um cão verdadeiro os apetrechos deles.

Coitado de quem se aproximou demais. Naquele momento esqueceu ser cão e esse fulano devia fugir para não sofrer uma cabeçada dura.

Desafio 224

Theo De Bakkere, 69 anos, Antuérpia -Bélgica

Desafio nº 224 – bode à sombra

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Elsa Alves – desafio 131

Hermengarda Piçarra tinha muito boa-vontade. Adorava ajudar. Contudo, tinha azar no que fazia. Cabecinha tão parada... O médico provara uma doença má, de nome intricado que, ninguém conhecia. Uma preocupação. Uma mágoa. Tanta patetice junta... Um dia, Hermengarda decidiu fazer um miminho à mãe, para o jantar. Um franguinho com puré de batata...  Meteu-o no forno e adormeceu no jardim, imaginando o óptimo cozinhado. Pior que o jantar queimado, foi o fogo na cozinha. Pobre Hermengarda Piçarra!

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 131 ― Hermengarda Pirraça sem S e L

Maria Silvéria do Mártires – desafio 224

Na areia cinzenta

Vejo este quadro.

O bode nem a pandemia atormenta

Aqui faz teatro.

Com os chifres levantados,

guarda sol aberto,

olhar espantado,

Pensa! “Se isto der certo

Faço aqui meu habitat!”

Já chegaram os fotógrafos

Não tarda a fotografia aparecerá.

Tem a caminha feita

Colada com agrafos

Desta surpresa já refeita

Comento com os meus botões

De que se alimentará?

Muda de sexo e nome

Senão morre de fome

E a exibição não o salvará.

Maria Silvéria do Mártires, Lisboa

Desafio nº 224 – bode à sombra

Fernanda Malhão – desafio 167

A mensagem misteriosa

Ah??? De certeza que foi engano, não espero por ninguém. Inércia, eu??? Impossível ser para mim, trabalho como uma louca. Amassou a folha, deito-a no caixote do lixo e voltou para os trabalhos domésticos. Mas enquanto mexia a panela, a palavra inércia misturava-se com o fumo do cozinhado. E do nada tudo fez sentido. Sim, estava na hora de cuidar mais de si e menos dos outros! Mas quem será que me escreveu aquela missiva? Aguardo ansiosa.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar 

Desafio nº 167 ― «chego ao nascer do sol»

Fernanda Malhão – desafio 166

Elias da Caramuja
Elias era mesmo tolo. Todos conheciam aquele homem. Ficou desta forma ainda jovem. Tivera traumatismo craniano gravíssimo. Nunca mais foi o mesmo. Curiosamente tornou-se bastante engraçado. Que belo senso de humor! Muitos caramujeiros evitam aproximar-se. Eu sei bem qual a razão. Proclama verdades escondidas, incomodativas. Elias tem olhos de lince, vê tudo e ouve muito bem. Tamanhas falcatruas foram descobertas. Uma boca santa, livre de juízo, que traz à tona o melhor e pior cá da terra.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar 

Desafio nº 166 – Elias de Caramuja

Natalina Marques – desafio 224

Que miséria, neste saco também não há nada. O meu dono trouxe-nos para estas dunas onde não há nada para comer e a água é salgada.

E para ajudar, a minha cabra, trocou-me por outro bode

Que faço agora, debaixo deste sol escaldante, queimo as patas na areia, mas que dia este, não comi nada, perdi-me do meu dono e do resto do rebanho.

Mas agora, como somos protegidos, resta-me a esperança que alguém me queira adotar.

Natalina Marques, 61 anos, Palmela

Desafio nº 224 – bode à sombra

Fernanda Malhão – desafio 224

Chico e Chibo

Chico e o seu querido chibo eram inseparáveis, até a praia Chico levava o chibo. Iam à vez aos banhos, enquanto Chico dava uns belos mergulhos, o chibo ficava no guarda-sol a tomar conta dos pertences. Depois lá ia o chibo a balir de contente refrescar-se e ainda saboreava as ervas que cresciam nas dunas. Quem chegava por ali, ria-se da caricata situação. O que é certo é que o chibo fotografado como se fosse uma celebridade

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar 

Desafio nº 224 – bode à sombra

Fernanda Malhão – desafio 165

Chuva que lava a alma

Naquela pequena casa estava a sábia mulher imaginando seu futuro quando subitamente começou uma tempestade. Nada fazia prever tal desfecho, minutos antes o céu estava estrelado. Choveu torrencialmente durante breves minutos, aquela chuva era quente, apeteceu-lhe sair para o quintal, cantar e dançar na chuva, como fazia quando era criança. Era aquela sensação de leveza que queria para o seu futuro, sem pressões de objetivos a cumprir apenas preocupar-se em viver o momento presente e ser feliz!

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar 

Desafio nº 165 – estrutura de palavras

30/10/20

Lica – desafio 224

Já vi cães, gaivotas, caranguejos, na praia, mas um bode velho (penso eu pelo tamanho dos cornos)?.... E esperto que ele era, porque estava debaixo dum chapéu de sol! Um bode à sombra só pode ser esperto, porque com aquele pelo todo devia ter muito calor.

Era um bode perdido, ou explorador de novas paisagens? Deixou para trás as ervas verdinhas, as pedras dos montes, e só tinha planura seca à sua frente, mas estava devidamente descalço…

Lica, 81 anos, Lisboa

Desafio nº 224 – bode à sombra

Margarida Fonseca Santos – desafio 224

Ora, aqui é que se está bem, sim senhor. Longe daquela carneirada, que só põe defeitos em tudo. Na volta, diz-se cabrada, mas com as ovelhas é o mesmo, não interessa o nome coletivo... Ou é porque têm calor, ou porque comeram livros com mau enredo, ou engoliram apitos (acreditem, é uma chinfrineira que nem vos conto!), ou porque a cabra cega embateu de novo no bode velho, é um inferno. É preciso ser bode para entender. 

Margarida Fonseca Santos, 59 anos, Lisboa

Desafio nº 224 – bode à sombra

Chica – desafio 224

Esses tempos andam estranhos mesmo.

É isso que vemos. Pra relaxar, Penélope foi a uma praia deserta e levou seu bichinho de estimação...

Um tanto quanto estranho, mas ela o adora...

Ele sempre atento à dona que se banhava no mar, sacudiu-se todo e derrubou todas as roupas que carregava em seu cabide particular, os chifres...

Penélope, a charmosa, não vai gostar, não! 

Ainda mais quando perceber as "bolinhas" mal cheirosas sobre as suas roupas na areia...

Chica, 70 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil 

Desafio nº 224 – bode à sombra

Publicado aqui: https://chicabrincadepoesia.blogspot.com/2020/10/surpresinha.html

Rosélia Bezerra – desafio 224

Uma vez, um bode calorento chamado Apressado vivia berrando seus méés... 

Um belo dia, brigou com Mafalda, foi caminhando balançando seu sininho ao pescoço. 

Era magrinho, lhe apareciam as costelas.  

Deparou-se com um terreno arenoso, afundavam suas patinhas.

Capengando para lá e para cá, chegou à praia deserta.

Avistou uma sombra num sol causticante, não perdeu tempo... 

Foi logo para lá.

Banhistas se assustaram ao se depararem com Apressado.

Espantaram-no. 

Levou horas para retornar à sua cabra.

Rosélia Bezerra, 65 anos, ES, Brasil

Desafio nº 224 – bode à sombra

Publicado aqui: https://espiritual-amizade.blogspot.com/ 

Desafio nº 224

Novo desafio, vamos a isto.

Em 77 palavras, escrevam o que vos ocorre olhando para esta imagem. 




 

Eu fiz assim:

“Isto de pastar nas dunas, não lembra a ninguém! Só ao bêbado do Ezequiel…”, balia o bode Malaquias. “As manas, que são umas cabras cegas, andam às ordens dele e do cão Zarrão, sem discutir”, continuava entre dentes, “e os outros tontos, nem olham para onde vão!” Mastigando ervas, afastou-se para molhar as patas.  Mas o mar estava mais longe do que pensara. E afogueado, abrigou-se numa bela sombra. Sim, que um bode não é de ferro…

Rosário P. Ribeiro, 62 anos, Lisboa

Desafio nº 224 – bode à sombra

29/10/20

Fernanda Malhão – desafio 164

Sonhos afundados

Agora era apenas uma atração turística para mergulhadores. Serve de abrigo para várias espécies marinhas, ao menos ainda sente que tem alguma utilidade. Se ao menos alguém soubesse quantos sonhos e histórias estavam ali afundados consigo! O seu marinheiro escrevia tudo no seu diário de bordo. Pobre marinheiro lutou até onde teve forças para impedir o naufrágio. Será que algum dia aquele diário será encontrado? Espero que sim, aquilo que lá está escrito merece encontrar novos portos.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 164 ― imagem de navio afundado

Maria Silvéria dos Mártires – desafio 221

Junto da sargeta 

No chão junto do esgoto há linhas 

Horizontais e verticais desenhadas. 

Tem cuidado se por ali caminhas 

Para seres guiada e não atropelada 

Neste perfeito e visível labirinto 

Que olhando para ele pressinto 

Não saber para que lado me virar 

Que de tanto que está assinalada 

Não percebo se é uma estrada 

Se é apenas um sítio um lugar 

Húmido e onde podes escorregar 

Coloca bem os pés e para segurança 

Afasta deste caminho toda a criança. 

Maria Silvéria dos Mártires, Lisboa

Desafio nº 221 – imagem da passadeira

Fernanda Malhão – desafio 163

Ondas de inspiração

Sentado nas rochas contemplava o mar, calmo apenas com uma leve ondulação. Adorava ficar ali nos fins de tarde de verão, servia-lhe como uma espécie de higiene mental. Isolado, plácido, meditava, sentia-se pleno. Era escritor e de caneta em punho, deixava sua imaginação voar como um papagaio ao vento. Dizem que aquele cenário fornecia complementaridades à sua escrita, trazendo inspiração com as ondas do mar. De facto, sentia-se a frescura da brisa do mar em seus poemas.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 163 ― palavra grande gera mais 6

28/10/20

Helena Rosinha – desafio 223

Conjuntos 

Pedro e Maria. Em conjunto. Sempre lado a lado, somavam pontos nos estudos. Português e Matemática – ela ajudava-o a dividir orações, ele explicava-lhe a lógica do verdadeiro e do falso. Formavam um par sem paralelo.  O problema foi a aluna vinda de fora – uma autêntica abscissa! Começou logo a inventar fórmulas, a multiplicar estratégias, a lançar dados para uma regra de três. Atenta aos sinais, Maria equacionou perdas e ganhos, rejeitando tal probabilidade. Triângulos, só na Geometria!

Helena Rosinha, 68 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Fernanda Malhão – desafio 162

Pedrinho cabeça de vento

O Pedrinho, estava sempre todo esmurrado. Pudera, andava sempre com a cabeça nas nuvens, não via nada no caminho, tropeçava em tudo, poderia até ser uma grande pedra, que ele lhe mandava na mesma um grande pontapé e tropeçava. Lá na terra, chamavam-lhe o papa moscas, pois estava sempre pasmado de boca aberta a olhar para o ar. Seu pai uma vez mandou-o ir à lenha ele foi ter à escola. Fazia deste género de coisas constantemente.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 162 ― pedra, nuvem, terra e lenha como indutoras

Carolina M – desafio 89

A cidade dos animais
Muito longe daqui, existe uma cidade só de animais, onde nenhum humano é bem-vindo. Lá, a Girafa Geraldina estava muito doente: estava com tosse seca e com febre!
Naturalmente, ela foi ao consultório do doutor Camaleão Brincalhão, o médico da cidade. No consultório, a Girafa reparou num elefante a olhar para um agrafador, a quem achou piada.
Entretanto, a Girafa explicou ao médico o seu problema e o Camaleão disse-lhe para cheirar lírios!
Carolina M, 9 anos, Escola Chapim Azul, Porto, prof. Ana Chorão.

Desafio nº 89 – hist c tosse+lírio+elefante+agrafador

27/10/20

Diogo D – desafio 216

5 de outubro de 1998, estava um dia chuvoso e muito frio.
– Não, isto não está a ficar bem! – disse o aprendiz a jornalista. – Ohhhh, chefee! – gritou ele.
– Diz, António?
– Chefe, isto não está bem, não acha que devia mudar o sentido da notícia?
– Eu estou sempre aberto a sugestões.              
– Tive uma ideia! E que tal se, em vez de falar do tempo, falássemos logo do assassinato para chamar á atenção
– Grande ideia, pequeno António. Serás promovido! 

Diogo D., 16 anos, prof Adelaide Passarinho

Desafio nº 216 – Tive uma ideia!

Paula Isidoro – desafio 223

– Zero à esquerda? Achas mesmo que sou um zero à esquerda? Consegui multiplicar o número de seguidores do nosso perfil por três e tu achas que eu sou um zero à esquerda?

– O post que usaste divide o grupo.

– Divide o grupo, mas soma seguidores.

– Mas esses números são absolutamente irracionais.

– Irracionais? Encontrei a solução para triplicarmos os seguidores.

– Com um post publicando as respostas do exame de matemática que roubaste...

– Ao professor...

– Que é teu pai!

Paula Cristina Pessanha Isidoro, 39 anos, Salamanca

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Maria Silvéria dos Mártires – desafio 223

Número 19

Nunca pensei que os números primos me viessem cumprimentar.

Eles só são divisíveis por si mesmos e pela unidade.

Em multiplicações e divisões errei todas as contas.

Mas o que importa é que somei os resultados e com o número obtido.

Comprei rebuçados que distribuí pelas crianças da minha rua.

Elevei o número 4 ao quadrado e obtive 16, depois somei 16 a 3.

Cruz canhoto, detesto o número dezanove. Por favor leva para longe o Covid.

Maria Silvéria dos Mártires, Lisboa

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Margarida Fonseca Santos – desafio 223

Resolveu analisar a situação: havia uma elipse de tempo entre o antes e o depois, um círculo demasiado viciado e a ansiedade crescia em progressão geométrica. Muito perigosa, qual equação sem incógnitas, só conceitos que destruiriam qualquer hipótese de se transformar de novo em derivada, já que se encontrava, de certa forma, completamente integral. E se inventasse um teorema impossível de demonstrar? Naaaaa... não podia ser. Penteou a franja e assumiu-se: era uma raiz quadrada complicadíssima. Paciência. 

Margarida Fonseca Santos, 59 anos, Lisboa

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Fernanda Malhão – desafio 161

O tabaco abafou o fagote

velho João debruçava-se sobre o mofo das suas lembranças, de boné gasto sobre a cabeça, cercado pelas atuais companhias - as moscas. Com uma fisgada na memória, voltou no tempo em que tocava fagote. Fez das tripas coração para que o seu vício tóxico do tabaco não o afastasse da banda, mas ele foi mais forte, levando-o rumo ao desemprego, ficou sem chão. Resta-lhe apenas as colheitas de azeite e cereais para garantir o seu sustento.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar    

Desafio nº 161 – 14 palavras com fisga

26/10/20

Rosário P. Ribeiro – desafio 223

Subtraio-me à depressão, fugindo para a memória dos teus abraços. Multiplico as imagens de tantos encontros, sorrisos, trabalhos de grupo, divido-me entre risos e saudades. E o quociente emocional dos subterfúgios para esbarrar ou descermos juntos no elevador alimenta os meus dias. Entre parênteses: pareço igual, mas esta vida só tem significado contigo. Tudo somado, sobrevivo ao confinamento, porque vou pensando em ti nos dias pares, nos dias ímpares e até ao infinito. Facetime logo? Uma incógnita…

Rosário P. Ribeiro, 62 anos, Lisboa

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Elsa Alves – desafio 130

À direcção, podia parecer uma belíssima ideia mas, para ela, ia ser uma grande espiga!!! Era tão difícil encarar a situação, com calma!!! Não conseguia deixar de preocupar-se. Caramba!!! Ficar, em casa, a trabalhar sozinha?!? Aquela interrogação nem lhe permitia descanso. A falta das colegas, do ambiente, o cafezinho a meio da manhã, os segredos, os risinhos. Concluiu que nada podia fazer. A decisão estava tomada. Não era ela caso único. Havia de conseguir. Tinha de ter esperança.

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 130 ― de espiga a esperança

25/10/20

Elsa Alves – desafio 129

Cada vez se tornavam mais dolorosas para RENATA as palavras que ouvia. Ia AGUENTANDO as AFRONTAS, custando-lhe, ainda mais, as proferidas pelos que julgara seus amigos. A toda a hora, em qualquer lugar. Envergonhada, sofria aquele ANÁTEMA, em silêncio. Sentia-se ADOENTADA, e ia ALTERNANDO breves momentos de calma com períodos de total prostração. Até que, no dia  de NATAL, encheu-se  de coragem e gritou, bem alto, para todos ouvirem: "O professor de NATAÇÃO não é meu AMANTE!!!"

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 129 – palavras que vêm de NATA

Fernanda Malhão – desafio 160

Salvo por um anjo

Saboreávamos uns figos, num momento fugaz, uma fagulha salta mais longe, depressa vimos o fogo espalhar-se. gritamos: Foge! Tivemos de nos pôr em fuga, de procurar um refúgio. Encontramos um grande penedo, vimos animais desesperados. Continuamos a correr até ao lago, mas eu não sabia nadar, vou morrer afogado? Diante daquela assustada figura, sinto alguém a afagar minha cabeça, não consegui configurar quem seria, engulo em seco, tenho o esófago apertado, desmaio. Acordei a salvo no hospital.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 160 – plvrs com FAG, FIG, FOG, FUG

Fernanda Malhão – desafio 159

Uma pequena luz na escuridão faz a diferença

A irmã Cristina costumava levar-nos nas visitas que fazia a famílias da favela. Era mulher de arregaçar as mangas e pôr-se ao serviço do que fosse preciso. Ensinava a fazer comida, a dar banhos e cuidar de bebés, cortava cabelos e unhas, fazia curativos, lia cartas e tirava dúvidas a quem precisava. Eram apenas visitas semanais. Mudaria ela a vida daquelas pessoas? Se calhar não, mas certamente aqueles momentos sim. Não será a vida feita de momentos?

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 159 – lutar por fazer a diferença

Toninho – desafio 223

Lilica, apaixonada por matemática, alcunha de Incógnita, pois difícil entender sua lógica. Seu namorado tentava equacionar suas atitudes, mas sem resultado vivia descontente sem encontrar solução para o romance.

Queria multiplicar afetividades, para desvendá-la, porém ela vivia no mundo abstrato da vida, sem medidas para a relação deixando aumentar espaço entre eles tendendo ao infinito.

Sem conseguir equacionar as reações, viu diminuir probabilidade de casamento.

Lilica acabou num triângulo amoroso, ensinando como criar estruturas de relacionamento.

Toninho, 64 anos, Salvador-Brasil

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

23/10/20

Micaela C – desafio 26

É sempre mais fácil encantar os outros, mas hoje tirei o dia para mim!

Nunca planeei nada, mas a forma como dirijo o meu mundo tem decorrido bem. Pegar no navio e embarcar nesta aventura, fez-me crescer e tornar-me uma rapariga interessante.

Sentir-me especial, deve-se ao facto de ser única, tímida e aventureira.

Apesar de me assustar, é um bom desafio - torna-me uma guerreira corajosa. Luto para fazer brilhar cada ato que pratico, dando felicidade ao mundo.

Micaela C, EPADRC, Alcobaça,

Desafio nº 26 – dedicatória para alguém

Fernanda Malhão – desafio 158

Não se pré-ocupe

“Caro Eulálio informo-o atempadamente do encerramento noturno, alerto também alteração laboral.” Recebera esta carta da empresa, leu e releu vezes sem conta. O queria aquilo dizer? Que estava despedido? Que mudaria de funções? Não dormiu a noite toda com preocupação, a pensar nas inúmeras tragédias que lhe poderiam acontecer. No dia seguinte, tremia quando foi falar com o chefe, e afinal recebeu uma promoção e passará a chefiar o turno da manhã, há anos sonhava com isso.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 158 – acróstico de CEIA DE NATAL

Filomena Pereira – desafio 26

Em pensamento reflexivo vejo-me ligada a ti de forma embrionária. Tu Feliz, de coração cheio de um não sei quê de doçura, cumplicidade, entrega…

A vida fazia-te correr sem parar. Eras assim. Ativa, dona de uma forma carismática e incontrolável de existir. Tinhas uma ambição gigante castrada pelos conceitos e preconceitos sociais da época e assim te conformavas procurando não ultrapassar os limites do campo de jogo.

Pedaços da tua vida foram desmoronando.

Fiquei tu e eu.

Filomena Pereira, 61 anos, Santarém 

Desafio nº 26 – dedicatória para alguém

Filomena Pereira – desafio 196

“Só se fosse louco”, repetia frequentemente tentando convencer-se e aconchegar-se no padrão social. Aceitação era o conforto instalado.

Os outros sorriam louvando a sua segurança e lucidez.

Um dia alguém lhe pegou na mão e lhe mostrou que a loucura era um saudável prazer, era ser ele e mais ninguém, era um querer intrínseco e fresco que o fazia Feliz e Único.

“Só se fosse louco”! Sim, a mesma frase audível apenas no sussurro da sua interioridade…

Filomena Pereira, 61 anos, Santarém 

Desafio nº 196 ― só se fosse louco

Theo De Bakkere – desafio 223

O PC

Pareciam já séculos passados que aprendera a contar com um ábaco, e que diariamente salmodiava as tábuas de multiplicação, o meio mnemotécnico para o cálculo mental.

O neto ria-se dessa maneira simples e tentava convencer o avô, com um exemplo, para usar um PC.

Os dedos correram rapidamente pelo teclado: o engenho soma, subtraia, multiplica, divide, sem qualquer tormento do cérebro. De repente, um ecrã negro. Maldição! Faltou o resultado da soma.

Só o avô o sabia.

Theo De Bakkere, 69 anos, Antuérpia Bélgica

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

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Elsa Alves – desafio 128

Não queria acreditar naquele AZEDUME. Até lhe parecia uma IDIOTICE. De boca aberta, olhava-a, PASMADO. Sentia um nó na GARGANTA. É que não tinha RÉSTIA de calma na cabeça... FICARA admirado quando abrira a GAVETA. Completamente gelado. Não havia

 SOL que o conseguisse aquecer. ARQUIVADAS todas as cartas enviadas? FINALIZADAS as mensagens trocadas, naquela ASFIXIA tão apaixonada, naquele turbulento RIO de amores, profundamente partilhados? Ele recordava tudo, perfeitamente... Ela esquecera as promessas?!? Os beijos trocados?!? Mulher volúvel!!!

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 128 – 12 palavras com 4 no meio

Tomás N – desafio 3

Um dia de verão, três tristes tigres comeram dez bifes.

Um deles morreu e ficaram só dois

Eles seguiram caminho e encontraram quatro poças de água doce, como estava calor eles beberam-na todinha.

Voltaram ao seu caminho e viram uma piscina de sete metros de profundidade com nove boias e oito leões de brinquedo.

Eles ficaram espantados e mergulharam seis vezes cada um.

Como aquele local era lindo de morrer, eles ficaram lá e tiveram cinco filhos.

Tomás N., 11 anos, Lisboa, prof Adelaide Passarinho 

Desafio nº 3 – números de 1 a 10

Elsa Alves – desafio 127

Para falar verdade, nunca assisti a uma PALESTRA tão ESTRANHA... Mas, achei que valia a pena. O convidado, afinal, tinha o grau de MESTRE, em ciências da comunicação. As colegas tinham-me dito: "Vais-te sentir ESTREMECER com as suas palavras. Elevarás a alma até às ESTRELAS...". Devia era ter ficado em casa... Audiência RESTRITA: universitários ADESTRADOS nestas lides. A voz do erudito conferencista, demasiado ESTRIDENTE. O discurso, ESTROPIADO. Os temas: ASTROLOGIA e STRIPTEASE!!!  Saí do auditório completamente DESTROÇADA...

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 127 – stra, stre, stri e stro x 3

Maria Silvéria dos Mártires – desafio 210

Portugal oferece-nos oito cabos 

Deslumbrantes. 

Cabo Espichel em Sesimbra 

Encanta e assombra. 

Cabo da Roca em Sintra 

Um dos mais lindos miradouros 

Camões descreveu-o como o local 

Onde a terra acaba, e o mar começa. 

Cabo Sardão em Odemira 

Visite-o na costa Alentejana 

Olhando as cegonhas e ouvindo lira. 

Cabo Carvoeiro em Peniche 

Cabo Raso em Cascais 

Cabo São vicente em Sagres 

Cabo Mondego na figueira da foz 

Cabo de Santa maria 

Aromas de mar e maresia. 

Maria Silvéria dos Mártires, Lisboa

Desafio nº 210 – cabo das tormentas

Fernanda Malhão – desafio 157

A história de Ana

Ana é para mim uma luz, apesar de ser incapaz ver, escutar e falar. Tal sucedeu apenas na vida adulta, até lá vivia uma vida dita vulgar. Lentamente perdeu a sua capacidade de se ligar à humanidade circundante pela maneira standard. Adquiriu mais capacidades, e graças à ciência interage, fala a sua maneira e maravilha quem partilha a sua presença. Fez faculdade, teve uma criança e cuida dela sem ajuda de ninguém (Advertência: Esta narrativa é verdadeira).

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 157 ― hist de coragem sem O

Verena Niederberger – desafio 223

Sou mãe realizada de Um Mais Um Mais Um Igual a Três.

Resultado da SomaTrês filhos.

Ser mãe em dose Tripla é ter o coração batendo fora do peito por Três vezes.

É chorar e rir em doses Triplicadas e receber amor Mais amor Mais amor.

É ter alegria Três vezes.

Em um mundo onde o contato físico é raro,

muitas pessoas recebem afeto Zero.

Esse é um Problema que mãe de Três filhos não tem.

Verena Niederberger, 69 anos, Rio de Janeiro - Brasil

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Filomena Pereira – desafio 27

No ar paira o cheiro a maresia. O dia vai crescendo e ganhando dimensão medida em segundos, minutos e horas.

Antes do sol se pôr, como quem desprende o aro do pote e deixa fluir o seu conteúdo, deslumbrantes e mágicas imagens preenchem o espaço denso e envolvente.

Surge então um inigualável e inconfundível aroma a flores silvestres.

E quando a noite se instala menos aromática, mas mais misteriosa, é a luz que domina e nos aconchega. 

Filomena Pereira, 61 anos, Santarém 

Desafio nº 27 – palavras que crescem (em anagrama)

Filomena Pereira – desafio 159

De casa para a escola sabia com segurança o tempo que demorava, entre 13 a 16 minutos.

Já com no percurso inverso a coisa não era tão certeira. Trinta minutos era o registo dos mínimos atingidos até à data.

Um dia parou na mesma casa humilde. Bateu. Esperou com um perturbador sentimento. Bateu de novo e mais uma vez, o silêncio.

Abriu devagarinho. A foto da sua mãe com a mensagem:

“Obrigada, querido neto, levamos-te no coração”

Filomena Pereira, 61 anos, Santarém 

Desafio nº 159 – lutar por fazer a diferença

Filomena Pereira – desafio 194

Tondela era a sua terra natal. Olhos cor de avelãaltatorneada e vistosa, varre com a sua presença qualquer olhar distraído com quem se cruza na rua. 

Toda ela era charme. Não sabia. Incomodada com a pressão continua dos olhares, reforça a sua timidez, enlaça as fitas do avental e volta à rotina. Raro é o dia em que sorri à vida. 

No dia em que parecia ter perdido o norte, descobre o seu valor, bem-haja!

Filomena Pereira, 61 anos, Santarém 

Desafio nº 194 – letras de árvore de natal

Filomena Pereira – desafio 217

Batalhando dia após dia, sonha tirar a bata, deixar de ser boba, enfrentar o amor do qual se escondera até então e qual loba louca de paixão, voar para uma nova vida. Voar e abraçar a vida que mais não era que um nado morto que iria ver renascer.

boda seria o grande momento!

– Olha! O Joaquim vem ali. Caminha na minha direção e traz consigo um enorme ramo de flores.

Abraçaram-se! Chegara o dia.

Filomena Pereira, 61 anos, Santarém 

Desafio nº 217 – batalhando letras

Filomena Pereira – desafio 1

fogo consome hectares de floresta virgem. Impressionantes imagens entram nas nossas casas e não raras vezes deixam ouvir, “oh, que horror”, “assustador”, “ainda bem que ninguém está em perigo”. 

A dimensão da catástrofe quase nunca é interiorizada pelos espetadores. Emoções instantâneas, descartáveis no momento seguinte, criam o distanciamento necessário para que o incómodo causado não seja perturbador do sorriso que se segue. 

Pena é que a escala de destruição não engrene em idêntico modelo de ligeireza. 

Filomena Pereira, 61 anos, Santarém 

Desafio nº 1 – palavras impostas: pena, sorriso, fogo

Natalina Marques – desafio 223

Nestes dias preenchidos

vou contando meus tostões

somo também alegrias

e divido emoções.

 

Os que me são queridos

valem mais que dinheiro,

também repartem comigo

amor puro e verdadeiro.

 

Tiro a prova dos nove

da minha vida passada,

mas é na prova real

que ela foi emendada.

 

Os tostões bem contadinhos

dão até ao fim do mês,

mesmo sendo poucochinhos

sobram de quando em vez.

 

À beleza e ternura

junto compreensão,

multiplico-lhe candura

dá amor no coração.

Natalina Marques, 61 anos, Palmela

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

22/10/20

Cristiana Rodrigues – desafio 22

Ligação com a matemática, tem?
É de resto zero, respondi.
Impensável, retorquiu ele, não usa a divisão euclidiana?
Desculpe! Funções e equações não fazem parte do meu menu.
Impossível, voltou ele à carga, somando fúria à sua expressão: a matemática é a base real de tudo, os eixos que equilibram os passados, a estatística que orienta o futuro.
Professor ou filósofo, não me controlei em perguntar.
Ávido leitor, respondeu acrescentando, subtraio nas palavras a dureza da realidade.

Cristiana Rodrigues, 38 anos, Lisboa

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Maria Silvéria dos Mártires – desafio 213

Uma imagem da madeira

Coberta de reentrâncias, de manchas e de nervuras, madeira, acho que tu sonhas que não queres estar às escuras. Tu mostras a toda a gente que estás presente e não ausente. Quando os homens te trabalham resultam de ti maravilhas: estantes, cadeiras, mesas, um número sem fim de coisas necessárias e precisas, guitarras, pianos dando músicas para o universo que nos alegram e a todos enchem de ternura. Madeira partida ou inteira és tela cheia de vida.

Maria Silvéria dos Mártires, Lisboa

Desafio nº 213 – imagem de madeira

Elsa Alves – desafio 126

Andava preocupado... Aquela sensação era difícil de suportar... Não apenas desagradável, era muito mais. Para ele e para os outros era um perigo sentir-se assim. Até lhe custava pronunciar a palavra: intermitente!!! Nunca tal lhe tinha sucedido. Seria da idade?!? Aos outros, da sua geração, tudo lhes corria, de acordo com os mandamentos da natureza... Enquanto ele... Haveria tratamento para o seu caso? A pensar nisso, passava as noites em claro. Isto é, no escuro... Pobre pirilampo!!!

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 126 – sentia-se intermitente

21/10/20

Fernanda Malhão – desafio 156

Horácio – o ouriço cacheiro

O Horácio era bom chefe de família, quando a noite caía vinha com a família comer um manjar que estava continuamente às ordens: a grande taça de comida dos cães. Aquela hora sabia que os cães já estavam recolhidos, assim tiravam a barriga da miséria. Nos dias chuvosos ainda melhor, a comida ficava mole e mais fácil comer. Mas um dia o dono dos cães decidiu deixá-los soltos à noite. Lá de foi o sustento da família!

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 156 – hist de animais sem P

Isabel Lopo – desafio 223

As palavras têm uma intensa relação com a matemática. Li uma vez que a palavra matemática é originária do grego e significa aquilo que pode ser aprendido. Ela formula hipóteses e conjecturas. Ela apresenta soluções para problemas incompreensíveis, demonstra teoremas e cria modelos que explicam o funcionamento da natureza. Tive um professor que era um poeta. A matemática para ele era poesia, cultura e história. Era como se falasse de magia, conseguindo que nos apaixonássemos por ela.

Isabel Lopo, Lisboa

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Fernanda Malhão – desafio 223

Gratidão aos bons professores

Admiro muito os professores que exercem a profissão com alma! Os que fazem a diferença na vida de quem ensinam, que integram conhecimento e prática, que sabem arranjar soluções em vez de só verem os problemas. Que nos fazem sentir que pertencemos ao conjunto. Aqueles que nos levam a atingir o nosso expoente máximo. Que nos empurram para fora da área de conforto. Que nos fazem pensar fora das fórmulas, aumentando exponencialmente as probabilidades de termos sucesso. 

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Fernanda Malhão – desafio 155

Kauê o índio

Kauê era um índio forte, o seu porte musculado era imponente. Pela aparência física, todos tinha como pressuposto que era muito corajoso. Mas cá entre nós essa teoria estava totalmente errada. Era um índio muito inseguro, tinha um temor terrível aos ataques por outras tribos. Era muito bom como líder, era excelente a organizar e distribuir tarefas. Quando foi liberado das tarefas de guerreiro, uma nuvem negra saiu da sua cabeça e sentiu a alma leve como uma pena.

Fernanda Malhão, 44 anos, Gondomar

Desafio nº 155 – palavras em sequência

20/10/20

Lica – desafio 223

Nunca usei máquina de calcular. Faço contas manualmente, porque sou do tempo da cantilena da tabuada, que foi tão eficaz que ainda hoje a sei de cor.

Também sei fazer contas de somar, diminuir, multiplicar e dividir. Já coisas como frações, decimais, raízes quadradas, onde vão? … Só sei que as raízes dos meus dentes, das plantas, e da família não são quadradas.

Gostava de geometria, sobretudo no espaço. Matemática = ao infinito, que é uma coisa boa.

Lica, 81 anos, Lisboa

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Elsa Alves – desafio 125

À medida que falava, as palavras ressoavam, indolentes. Acabavam por perder-se, nas calhas do momento. O que dizia, o que sabia, voava para longe. Nada era permanente na sua vida. Tudo era areia, escorrendo-lhe na concha das mãos. O que não sabia, entregava-o à natureza e repousava sobre a sua inquietude. Até que um dia, revoltou-se, insatisfeita com aquele modo de viver. Deitou-se, decidida a mudá-lo. Quando acordou, sentiu-se refeita e conseguiu sentir a faca do vento...

Elsa Alves, 72 anos, Vila Franca de Xira

Desafio nº 125 – tornado no jardim

Rosélia Bezerra – desafio 223

Somei anos de experiências da minha vida, subtraí desolações, multipliquei toda minha esperança, dividi meu carinho. Vivo um grande Amor ao cubo.

Não isolei meu sentimento num quadrado, alarguei meu ser em diversas formas, já fui retângulo, triângulo, losango, de todo jeito fui. A fim de resolver melhor a equação do coração.

Fórmulas distintas procurei resolver para tornar nosso relacionamento sem um milímetro de problema grave, com solução sempre.

A raiz disso resultou num harmonioso produto saudável.

Rosélia Bezerra, 65 anos, ES, Brasil

Desafio nº 223 – conceitos matemáticos

Publicado aqui: https://www.poesia-espiritual.com.br/2020/10/a-matematica-do-amor.html