30/06/19

Desafio nº 177

Não peço mais nada… Só que escrevam a partir desta fantástica imagem retirada do livro «Being Happy», de Andrew Mathews













Eu escrevi assim:
Era o primeiro dia de uma vida diferente. Para trás, muitas alegrias, algumas tristezas, desilusões, talvez arrependimentos. Para a frente, uma incógnita, com um forte desejo de ser capaz, de poder fazer a diferença, de acompanhar as dificuldades de quem aprende a ler, a escrever, a ler o seu mundo e o dos outros para poder escrever o seu e o dos outros. Preparou-se. Sentiu a esperança nos rostos que a ouviam. Sentiu-se capaz. Só não saltou…
Margarida Fonseca Santos, 58 anos, Lisboa

Desafio nº 177 ― imagem de Andrew Mathews



Assunção Novais ― desafio 94

A arte da ilusão foi desde cedo o seu sonho. Em criança começou a despertar para o Mundo da Magia, quando assistia fascinado, pela televisão, aos números de David Copperfield e do nosso Luís de Matos.
O seu número de maior sucesso é aquele em que uma porta começa a bater cada vez mais forte e, num enorme clarão, se abre sozinha, apesar de muito bem trancada pelo nosso artista, como todos puderam ver.
Quem é ele?
Assunção Novais, 54 anos, Vila Nova de Gaia
Desafio nº 94 com clarão, porta a bater e ilusão

Violeta Seixas ― desafio 175

Podia subir os degraus da vida dele, sim.
Afinal, tínhamos tanto a partilhar e a guardar.
Seria possível que aprendêssemos tudo de mãos dadas.
Depois caminharíamos, sem medo de ultrapassar o infinito.
Podia ser com passos vagarosos, mesmo muito vagarosos.
Afinal, teríamos todo o tempo para não adiar.
Seria amar, sem esmagar os dias, as horas.
Depois, ficaríamos sem saber, afinal, se haveria Depois.
Porque só o tempo de aqui estar valeria, afinal. Só aqui podia ser.
Violeta Seixas, 53 anos, Linda-a-Velha
Desafio nº 175 ― ritmo do texto predefinido

Assunção Novais ― desafio 132

Na Oura, Algarve, bem na orla marítima, existe uma antiga igreja cujo adro já convida à meditação. É única, num raio distante.
Lá, um pedinte afro toca viola de arco, com amor.
À sombra da frondosa árvore, onde cada ramo tem uma romãparo e abro os olhos de espanto: um açorrola feliz pela relva macia.
Oram os crentes no interior do belo monumento quando chegam alegres turistas, de Espanha.
Alguém veio apor uma placa: SILÊNCIO!
Assunção Novais, 54 anos, Vila Nova de Gaia
Desafio nº 132 ― AOR + 1

Assunção Novais ― desafio 125

Avenida centenária, a mais central da cidade do Porto, chamada dos Aliados, com todo o simbolismo implícito. Lembro-me de, ainda criança, ter passeado pelo seu lindo jardim, sempre tão colorido e tão bem cuidado. A separar os canteiros, a típica calçada portuguesa e as imponentes estátuas da “Menina nua” e de “D. Pedro IV”, entre outras.
Certo dia, um tornado, intitulado de modernidade, por lá passou deixando-a completamente calcetada por paralelepípedos de granito, toda vestida de cinzento.
Assunção Novais, 54 anos, Vila Nova de Gaia
Desafio nº 125 – tornado no jardim

Chica ― desafio 177


A vida é uma caixinha de surpresas e a cada dia pode nos provocar reações que passam pelos mais diversos tipos de sentimentos. Passamos todos por momentos angustiantes, dores, alegrias e emoções.
Podemos acordar dispostos, alegres, de repente uma notícia ou acontecimento pode quase no chão nos colocar, derrubar literalmente.
Por isso, frente de cada dia novo que diante de nós surge, que possamos sempre lembrar de VIBRAR, até saltar de alegria pelos bons momentos que recebemos!
Chica, 70 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Desafio nº 177 ― imagem de Andrew Mathews

Roselia Bezerra ― desafio 177


Este é meu mês...
Viva! Oba! Aleluia!
A vida me impulsiona
Com largueza e sensatez.
A cada ano ganho ânimo,
Maior desprendimento,
Capacidade de generosidade.
Dou saltos, com grande alegia,
Nada nem ninguem me pressiona,
Vivo, finalmente, sem algum desânimo,
Também não carrego arrependimento,
Vida nova requer paz na alma e lealdade.
Daqui para frente vou correr rumo
A felicidade. Não quero ter só razão,
Vivo com muito mais emocão!
Vida que segue com gratidão.
Obrigada, Senhor.
Roselia Bezerra, 64 anos, ES, Brasil
Desafio nº 177 ― imagem de Andrew Mathews

Assunção Novais ― desafio 135

O filme foi surpreendentemente bonito. Tal como descrito na sinopse que tinha lido, passa-se no Antigo Egito, e vai ser seguramente um grande êxito de bilheteira. Tem como ator principal George Clooney e, só pela sua interpretação, já vale a pena.
Apesar do argumento não ser completamente inédito, tem um fim insólito, mas não vou adiantar a história. Apenas acrescento que se baseia num mito relacionado com os túmulos dos faraós.
O enredo é perfeito. Não percam!
Assunção Novais, 54 anos, Vila Nova de Gaia
Desafio nº 135 – 7 palavras com ITO

Assunção Novais ― desafio 102

Vasco da Gama foi um verdadeiro protonauta português que descobriu o caminho marítimo para a Índia. A proteção divina pairou sobre o ilustre protagonista que, rompendo o protocolo assinado com a Corte, partiu, sem protelar, para a sua protuberante viagem a bordo da nau S. Gabriel.
Curiosamente viveu na mesma época de outro protótipo da história, o rei inglês Henrique VIII, que, em protesto com o Papa, mudou a religião oficial de Inglaterra para Protestante ou Anglicana.
Assunção Novais, 54 anos, Vila Nova de Gaia
Desafio nº 102 – muitas palavras com PROT

Assunção Novais ― desafio 140

Lírios, rosas, narcisos, tons idílicos, pairam no mais lindo sítio para andar, amar, orar.
Paraíso dos pássaros, lilás dança do ocaso, como pirilampos malandros, passam românticos namorados.
Atrás, o rio, a cascata a cair, alta, sonora, inspiradora da alma, do coração.
O nítido arco-íris a cintilar contorna todas as coisas. 
Na composição, o cálido, os tons doirados, não são raros como opção cromática.
O pintor Óscar Santos, aposta na sintonia pictórica, o passar dos dias torná-lo-ão distinto.
Assunção Novais, 54 anos, Vila Nova de Gaia
Desafio nº 140 ― 12 letras O L P C R D S T M N

27/06/19

Margarida Leite ― desafio 1


Triste vida 
Sinto pena
Daqueles olhos, outrora avelãs doces, serem agora dois pequenos pontos de amargura, de uma tristeza tal que nem as lágrimas ousam perturbar.
Daquele sorriso, que lhe iluminava o rosto e dava alegria a quem o via, ter desaparecido subitamente, como água caída em terra sedenta.
Daquele corpo curvilíneo que de fogo ateou tantos corações, não ser mais que um esqueleto andante, coberto de trapos negros.
Ó vida, como és tão cruel?
Deixa a luz entrar!
Margarida Leite, 50 anos, Cucujães
Desafio nº 1 – palavras impostas: pena, sorriso, fogo

Carla Silva ― desafio 173

Afagava a cabeça do pequeno potro que ternamente se encostava às pernas frias quando Raio, o cavalo alazão, cruzou o pátio. Enquanto acompanhava os graciosos movimentos a cadela Lima apresentou-se com os seus pequenos filhotes. Assistia a cenas como aquela diariamente. Ela não conseguiria afastar-se daquele viver onde se demonstrava apreço pelas pequenas coisas da vida. Oposição à sua escolha não faltara, mesmo maternal! Mas assim o decidiria e pacientemente esperava que percebessem que ali era feliz.
Carla Silva, 45 anos,  Barbacena, Elvas
Desafio nº 173 ― «atrelando-me»

António Azevedo ― desafio 21

Desde aquele telefonema que não estou em mim. Nem sei como aqui cheguei. Pensei não atender, como habitualmente faço com os números que não reconheço. Nem sei porque atendi, porque quebrei essa minha regra. “É o senhor Constantino?”, perguntaram. “Sim”, respondi. “O seu filho teve um acidente. Venha ter ao hospital o mais depressa que puder”, dispararam de seguida. Ainda agora vivo no atordoamento para onde essas palavras me atiraram. Espero, ou melhor desespero, por mais notícias.
António Azevedo, 54 anos, Lisboa
Desafio nº 21 a propósito de uma ilustração

Karla Haydê ― desafio RS 31


Por viver no mundo da lua, ganhava sempre um furo quando estava entre costuras. Juízo na cabecinha, filha! Da maçaneta pra rua a vida é um problemaMassacre ocorrerá. Eu ria das preocupações da minha mamãe. Ela rezava, o bispo dizia: o peso das pedras é grandes. Do sermão ia brincar: toda torcida do conteúdo escutar. Brincar de palerma era a preferida. Só nos livros lidos escondida era capaz de perceber porque minha cabeça vivia a sonhar.
Karla Haydê, 46 anos, Brasil
Desafio RS nº 31 – 14 palavras com ordem imposta

Karla Haydê ― desafio 89


A bibliotecária passava o dia entre os corredores da biblioteca. Um visitante pedia: um livro sobre lírios. Logo outro dizia: um livro sobre elefante. Já outro queria: um livro sobre tosse seca. Coitada da bibliotecária! Bota livro, tira livro… Prestes a terminar o seu dia labutoso, um visitante mostra seu interesse por agrafador. Peço desculpas – diz a bibliotecária. Aqui não temos livros sobre agrafadores. O cliente responde: a senhora não entendeu. Quero o seu agrafador emprestado. Afe!
Karla Haydê, 46 anos, Brasil
Desafio nº 89 – hist c tosse+lírio+elefante+agrafador

26/06/19

Margarida Leite ― desafio 176

A PAZ DA QUINTA 
Adorava a quinta: ar puro, mar e animais.
À chegada, lá estava o burro, à espera do croquete. Ela corria para o mar, à procura do búzio, sem reparar no verde do jardim. Tinha de limar essa falta de atenção que magoava o tio. O jardim era um quadrado labiríntico, a lembrar Versalhes. Lindo!
A tia trazia o habitual chapéu de fita amarela para, juntos, caminharem à beira-mar. Era o princípio da tão ansiada paz em família!
Margarida Leite, 50 anos, Cucujães
Desafio nº 176 ― 8 palavras em sequência

Elsa Alves ― desafio 164


Há pessoas que são como navios afundados. Apenas esqueletos. Não têm carne, nem sangue, nem cérebro, nem coração. Os braços caem-lhes ao longo do corpo (nunca abraçam); têm lábios gelados (nunca beijam); as bocas estão cerradas (nunca conversam). Não lêem, não ouvem música, não brincam. Moram no nosso prédio; trabalham no nosso escritório; passam por nós na rua. Vivem num mundo diferente do nosso. (Vivem?!?). Uma vez agarrei uma com força. O seu casco desfez-se em pó...
Elsa Alves, 70 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 164 ― imagem de navio afundado

António Azevedo ― desafio 20

A Bárbara corre depressa. Ela faz grandes percursos. Hoje ia, justamente, longe de todos. Mas não olhava para trás, pois queria recuperar o seu título. Utilizava a velocidade, nesta paisagem de xisto, com zelosa determinação. Pensou no Zacarias esperando-a, com um xaile, na meta. O vento não é uma total surpresa. Repara que pode obter, nmelhor e louco cenário, um recorde. Jamais imaginou tal hipótese! Que grande felicidade. Esgotada, descreve uma curva. Brilhantemente atravessa a meta.
António Azevedo, 54 anos, Lisboa
Desafio nº 20 – usar o alfabeto duas vezes no início das palavras e por ordem! Uma vez certo, outra ao contrário

Helena Rosinha ― desafio 176


Mais valia alimentar burros a pão-de-ló! Os clientes esfomeados, apressados, devoram croquetes, rissois, saladinhas de búzios, o que houver. Rosa não para, entrou no ofício mal saiu da escola, há uma eternidade. Sem reparar, o corpo franzino foi engrossando, as pernas tingiram-se de varizes... Ah, falta limar o peixe, c’um raio! Come um quadrado de marmelada, quer lá saber de dietas. Ainda se imaginou feita estrela das fitas de Hollywood, mas isso foi no princípio de tudo.
Helena Rosinha, 66 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 176 ― 8 palavras em sequência

João Afonso B ― desafio 99


No dia 5 de janeiro, às QUATRO da tarde, o ANFITEATRO abriu e a Rita e a sua família foram lá. Eles foram ver a peça de TEATRO do seu primo Manuel. Ele fazia de motorista e, por isso, teve que fingir que ATROPELOU o gato da PATROA quando fazia a manobra para a ir buscar ao CINETEATRO. 
― Ai o meu gato, que tanto IDOLATRO! ― gritou a D. Manuela. 
No final foram jantar PATROCINADOS pelo tio Ribeiro. 
João Afonso B, 8 anos, Paços de Ferreira
Desafio nº 99 – 8 a 10 palavras com ATRO

25/06/19

Filomena Galvão ― desafio 176

Vislumbrou o burro do Chico com um grande laçarote vermelho.  Com os binóculos, pôs-se a observar melhor.  Mordiscou croquete, atirou o resto ao Búzio.  Reparou num magote de gente no campo: uma rapariga limava as unhas, outra penteava-se, uma criança desenhava um quadrado no chão, enquanto uma equipa fotografava ou filmava tudo. Seria uma fita cinematográfica? Um anúncio? Por uma questão de princípio e para satisfazer a curiosidade fechou a janela. Tinha de ir lá ver.  
Filomena Galvão, 57 anos, Corroios
Desafio nº 176 ― 8 palavras em sequência

Andrea Ramos ― desafio 176

Burrice! (dizia o garoto à irmã)
Levas um croquete nesse traseiro que vais ter com os búzios da praia num instante.
Os manos não repararam que a comida do lanche desaparecera enquanto discutiam. Chegaram a casa com medo que a mãe lhes batesse. Ela limava carapaus. (Safaram-se de boa!). Foi cada um para o seu quadrado. Sim, porque a casa mais parecia o jogo da macaca.
Fiteiros venham cá, já depressa! Imediatamente!
Era o princípio da macacada…
Andrea Ramos, 43 anos, T. Vedras
Desafio nº 176 ― 8 palavras em sequência

24/06/19

Andrea Ramos ― desafio 164


Vi pessoas assim como tu
Imersas na escuridão
Mergulhadas numa profunda e densa maré
Sobreveio-lhes o turbilhão
Foram levadas de arrastão
E nunca mais tiveram pé

O que me chateia é que não tentaram sequer
Resignaram-se a perder
E outras alheadas à situação
Preferiram gozar a sua bela vida, sem o merecer

Qual navio gélido de prazer
Imagem desfigurada!
Galante exibindo solidão…
Que fiz eu pra isso não acontecer?
Nada!
Um dia o mundo te viu morrer!!!
Andrea Ramos, 43 anos, Torres Vedras
Desafio nº 164 ― imagem de navio afundado

Natalina Marques ― desafio 175

Que BURRICE chamar CROQUETE ao animal, é ofensivo para o palhaço.
Vou chamar-lhe BÚZIO, eu REPAREI que gosta de passear na praia, brincar na areia, e LIMAR as unhas nas rochas que encontra.
Vivia num cubículo com menos de um metro QUADRADO, ansiava por liberdade e, talvez por isso, fora abandonado.
Gosto de lhe pôr FITAS ao pescoço, fica todo vaidoso. No PRINCIPIO, não achava muita graça. Mas agora que já cresceu, tornou-se o meu melhor amigo.
Natalina Marques, 60 anos, Palmela
Desafio nº 176 ― 8 palavras em sequência

Paula Castanheira ― desafio 175

Desta vez não seria burra!
Tinha registado a receita dos croquetes de búzios.
Ainda iria a tempo de reparar o prejuízo?
Agora que limara as últimas imperfeições, o quadro apresentava-se finalmente risonho.
Gostava da marca, ‘Marquete’. Uma união de mar e croquete.
Iria inaugurar uma nova vida!
Comprou até uma fita azul, para cortar no dia do lançamento.
Sim, azul, a sua cor da sorte. Estava confiante. E isto era só o princípio do tão desejado sucesso!
Paula Castanheira, 55 anos, Massamá
Desafio nº 176 ― 8 palavras em sequência

Paula Castanheira ― desafio 175

Podia ser só mais uma vida sem vida. Afinal foram anos de traições, medos, muitas lágrimas. Seria mais uma condenada a uma existência descolorida. Depois de anos, desamada, ignorada, desrespeitada, sentia-se encaixotada!
Podia voltar a apaixonar-se, pensou um dia, Benilde. Afinal tinha tanto para dar, tanto para partilhar. Seria possível, recomeçar, com os sessenta a caminho? Depois os filhos estavam criados, não dependiam dela…
Proporia o divórcio.
Atravessaria tempestades.
Sentia-se feliz, agora chegada ao ponto sem retorno…
Paula Castanheira, 55 anos, Massamá
Desafio nº 175 ― ritmo do texto predefinido

António Azevedo ― desafio 19

Atravesso a porta do restaurante e sento-me. A empregada vem dar-me o menu e limpar a mesa com um trapo. Vejo o menu e acabo por optar pelo prato do dia. Na televisão está a dar o telejornal. Parece que fecharam salas de parto numa maternidade. Segue-se o rapto de um comerciante português no estrangeiro. Agora é a tropa que necessita de mais efetivos. Desligo da televisão ao topar com o meu chefe sentado à minha frente!
António Azevedo, 53 anos, Lisboa
Desafio nº 19 – anagramas dentro da história

21/06/19

Helena Rosinha ― desafio 176

Noutros tempos, dizia o professor Roquete (Croquete, para os alunos), João não se livraria das orelhas de Burro. Por irreverência, ou ignorância, os disparates sucediam-se: trocava Bugio por BúzioReparar equivalia a voltar a parar; Lima era o feminino de limão, os Quadrados, uma invenção de guerreiros escoceses…
A turma delirava, mas ele mantinha-se imperturbável, estava preso à Fita encarnada que pendia do cabelo de Luisinha, a nova aluna. Era o Princípio de novas e emocionantes sensações.
Helena Rosinha, 66 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 176 ― 8 palavras em sequência

Carla Silva ― desafio 171

Mil Possibilidades
Quanto mais olhava para o estranho casal, mais convencido ficava que escondiam algo. 
Poucas horas antes ouvira-o comentar "enquanto a neve não derreter será impossível".
A frase, quase imperceptível para quem passava, não lhe passara despercebida. 
Mas o que preparavam?! Um assalto? Uma fuga? Se sim, de quê? Da polícia? De um marido ciumento? Ou então seria ela uma caça fortunas? Nesse caso fugiriam antes da esposa dele? Ou seria à oposição dos filhos?
Tudo era possível.
Carla Silva, 45 anos,  Barbacena, Elvas
Desafio nº 171 ― antes que a neve derreta

Grandes miúdos em destaque

A porquinha Olívia tinha ervas raras armazenadas
A porquinha Otávia tinha especiarias raras armazenadas
Ambos puseram orégãos tenros e regaram amistosamente
A porquinha Ornela tinha ervas raras armazenadas
A porquinha Orquídea tinha especiarias raras armazenadas
Ambas picaram orégãos tenros e regaram alegremente
As porquinhas oriundas terráqueas, escolheram roubar amistosamente
Aos poucos obtiveram tostas e rúcula altamente
A professora Odalinda tentou explorar rapidamente a
Amizade orquídea, obtida temporariamente e rapidamente absteve-se.
Assim, prontamente oriundas terráqueas eram riscos alegres.
Inês M e Pedro B, 10 anos, EB23 Dr. José Neves Júnior, Faro, prof Maria Manuel Patrício
Desafio nº 153 ― frases com APOTERA

O renascer das cinzas
fogo fora devastador e a tristeza habitara naquela incrível aldeia outrora repleta de natureza. Contudo, as pessoas de Portugal meteram mãos ao trabalho. Em pouco tempo, a aldeia mudara completamente. O povo, embora sentisse pena de quem perdera tudo, já tinha um lar harmonioso e, por isso, já se via gente a passear com um sorriso na cara.
O passado não podia atormentar as pessoas. O futuro é que importava e esse trazia esperança e felicidade.
Leonor G, 12 anos, Montijo, prof Aurora Almeirim
Desafio nº 1 – palavras impostas: pena, sorriso, fogo

20/06/19

António Azevedo ― desafio 18


Hoje passou pelo velho bairro após uma ausência de muitos anos. O deambular por aquelas ruas, conhecidas e familiares, provocou-lhe sentimentos contraditórios. Tudo parecia, ao mesmo tempo, igual e diferente. O traçado das ruas mantinha-se idêntico. No entanto, a paisagem mudara radicalmente. Na esquina, a mercearia do Teodorico desaparecera dando lugar a uma loja de telemóveis. Adiante, em vez do talho, encontrou uma lavandaria automática. De súbito, descobriu-se a caminhar numa provocante metáfora da sua própria transformação.
António Azevedo, 53 anos, Lisboa
Desafio nº 18 – palavras proibidas: não que mas pois como verbos: estar + ser

3º/4º GA B, EB Galveias ― desafio 169


― Eu não! ― Calei-me e fui fazer a limpeza.
Depois daquilo acontecer, lembrei-me que tinha um almoço combinado. Mas ainda me faltava limpar o armário maior. Dentro do armário havia uma caixa com uma coisa lá dentro. Pareceu-me um diamante. Qualquer pessoa o podia ter roubado.
Fui dizer ao senhor Joaquim se me podia ajudar. Estava muito assustada e não queria que me acusassem de tentativa de roubo.
O bom do homem nem queria acreditar... Era o diamante!
3º/4º GA B, EB Galveias, professora Carmo Silva
Desafio nº 169 ― frase ao contrário

Theo De Bakkere ― desafio 176

Não cheira a dinheiro
Se eu tivesse tido um burrinho, como no conto dos irmãos Grimm, poderia viver como um rei no Algarve.
Não penses nisso! Embora seja um jumento engraçadinho, apenas produzirá cocó sob o aspecto de croquetes búzios. Ou, como reparara secamente a vizinha limarense: Não cheira a dinheiro. Porém, fitas de figos em quadrados são em si muito especiais. Não são de ouro puro. Ai! A limarense continuava a fazer do princípio ao fim uma fita daquelas crottes.
Theo De Bakkere, 67 anos, Antuérpia Bélgica
Desafio nº 176 ― 8 palavras em sequência

António Azevedo ― desafio 17


Fitou desconsolado o caderno. O professor exagerou. Os trabalhos de casa pareciam não ter fim. E logo aritmética. Contas de somar, subtrair, multiplicar e dividir. Como ele detestava aquilo! Bem que olhava, pela janela, para o quintal. Preferia estar, lá fora, a correr sem destino e a subir aos ramos da macieira. Relembrando as palavras da mãe, “quanto mais depressa acabares os trabalhos, mais depressa vais brincar!”, regressou ao trabalho de calcular quantos são dezanove menos oito.
António Azevedo, 53 anos, Lisboa
Desafio nº 17texto que contém pelo menos uma palavra simétrica

Chica ― desafio 176


Nunca imaginaria um BURRO entrando na cozinha do sítio, para roubar CROQUETES apenas fritos.
Coisas inimagináveis, por vezes acontecem e até nos fazem rir. Nem consegui brava ficar!
Ele era tão lindo, cinza, pelo lustroso, no pescoço carregava um colar com BÚZIOS!
Para REPARAR o estrago feito, tão logo eu acabe de LIMAR minhas unhas, às quais hoje dei um formato QUADRADO, terei que rebobinar a FITA e reiniciar do PRINCÍPIO a minha tarefa na cozinha! Aff!
Chica, 70 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Desafio nº 176 ― 8 palavras em sequência

Grandes miúdos em destaque

A menina de capote
Vou contar-vos, nesta página, a história de uma menina muito linda einteligente que se chama Mariana Missanga.Essa menina gostava muito de andar de capote, e quando ela via umespargo dava um grito.Um dia a Mariana descobriu um funil gigante e decidiu pôr-se a trepar.Mas a Mariana de tão atrapalhada que era, caiu lá para dentro. Elasaiu por uma pequena saída que lá havia e voltou para casa.Final Feliz.Madalena O e Catarina G, 5ºc - AE Pinheiro e Rosa, Escola Dr. José Neves Júnior, prof Maria Manuel PatrícioDesafio nº 151 ― palavras com espargo


A Palmira olhou tudo, enquanto ria alegremente.
As palavras odeiam ter erros ruins anormais
Antigamente punham, os tachos encardidos, rio acima.
As pessoas ouvem televisão e rádio alto.
Agora pescam ostras, trutas, enguias, raias aborrecidamente.
As princesas organizam torneios enfadonhos ripando árvores.
Agora podemos, organizadamente, ter esperança, rezando ámen.
A peixeira otimiza tempo, enquanto requisita ajuda.
Alemanha perdeu os territórios e reconquistou-os antecipadamente.
António Perdigão olha temporariamente esculturas
A pantera, o tigre, escolhem renas amarelas.
Constança F, 10 anos, EB23 Dr. José Neves Júnior, Faro, prof Maria Manuel Patrício
Desafio nº 153 ― frases com APOTERA

Desafio nº 176

Prontos para um desafio daqueles intrigantes? Vamos a isso.
Sabendo que esta sequência é obrigatória, como fica o vosso texto em 77 palavras? Atenção, as palavras podem ser adaptadas.
BURRO ― CROQUETE ― BÚZIO ― REPARAR 
― LIMAR ― QUADRADO ― FITA ― PRINCÍPIO

Eu já sofri para chegar aqui:
Só um burro como tu comeria tanto croquete numa única refeição. És mesmo estúpido! Agora queixas-te de que ouves o mar na cabeça, armado em búzio, nem percebes que é enfartamento. Nem reparas no ridículo da cena. Pudesse eu agarrar numa lima e arredondar as arestas desse teu espírito quadrado e já não fazias fitas. Explico-te que é tudo uma questão de princípio: não se come alarvemente, ponto final. Não me ouves, roncas dentro da digestão. Burro!
Margarida Fonseca Santos, 58 anos, Lisboa

Desafio nº 176 ― 8 palavras em sequência

19/06/19

Margarida Leite ― desafio 24


QUE DUAS MELGAS
No norte, estavam duas melgas refasteladas no sofá:
― Oube lá, lá fora não se pode c’o calor!
― Pois não… mas tu tamém com essa gordura sufocas! Habias de fazer exercício… boar um bocadinho…
― Sou boa como o milho! Não é como tu, toda escanzelada.
― É só músculo!!! Olha aqui pr’a esta asinha… é muito estilo!
De repente, chega um humano que tenta aniquilá-las. A gorda é apanhada, fica paralisada e grita por socorro.
Responde a magra:
― Boasses!!!!
Margarida Leite, 50 anos, Cucujães
Desafio nº 24duas melgas à conversa, uma gorda e outra escanzelada

Filomena Galvão ― desafio 175


PODIA ter-lhe sido ensinado: Como dar a notícia?
AFINAL, a gravidade do resultado dos exames médicos
SERIA comunicado ao paciente e seria devastador, constrangedor. 
DEPOIS do choque, despertar para a dura realidade 
PODIA durar dois, três, quatro meses, no máximo
AFINAL a vida é um bem deveras precioso
SERIA das situações mais difíceis da sua profissão 
DEPOIS mais um e outro caso, resignado, adaptou-se: 
A medicina, por mais avançada que esteja, ainda não permite a vida eterna.
Filomena Galvão, 57 anos, Corroios
Desafio nº 175 ― ritmo do texto predefinido