31/10/19

Natalina Marques ― desafio 189


Se soubesses como tenho MEDO
da procura, e não te encontrar.
MEDO, de não te poder perdoar.
MEDO que olhes e não me vejas,
MEDO de não saber o que desejas.
MEDO, que não me consigas olhar,
MEDO de te querer, sabendo 
que tens MEDO de me amar.
Tenho MEDO de olhar as estrelas
mas sem MEDO,
de ver os teus olhos nelas.
MEDO de deixar de sonhar.
Mas sem MEDO de tanto 
te querer, e amar.
Natalina Marques, 60 anos, Palmela
Desafio nº 189 ― muito medo…

30/10/19

Isabel Sousa ― desafio 189

Ainda que, tivesse com medo, perante um Terço do Rosário, o medo perdia vida. Era um presente "não medo", transmitindo plena gratidão. Para impedir o medo, fora feito pelas suas mãozinhas.
― Que medo! Bombom envenenado!
Rita corria perigo. Aquele medo inquietou, severamente, Joaquim. Maldito medo!
Livre das faíscas do medo, Joaquim ofereceu-lhe o Terço protetor.
medo que a matassem perturbava-o. Sem qualquer medo, idolatrava-a ― era divina.
Estava tranquilo, o medo fora afugentado ― Rita jamais seria assassinada.
Isabel Sousa, 39 anos, Lisboa     
Desafio nº 189 ― muito medo…  

Elsa Maria ― desafio 189


Passava a vida a fugir com medo. Medo de não chegar a tempo, medo de ficar sozinha, medo de estar acompanhada, medo de cair com medo de não se conseguir levantar, medo de ficar despenteada, medo de tropeçar no seu próprio medo.
Eram tantos os medos, que não vivia a vida em pleno.
Certo dia acordou com tanto medo que resolveu pregar um susto ao medo. Vestiu a armadura e, de espada em riste, avançou sem medo.
Elsa Maria, 55 anos, Lisboa
Desafio nº 189 ― muito medo…

Rita ― desafio 160


Depois da fuga, finalmente consegui alcançá-lo. Parei, afogueada
Ele olhou para mim longamente, afagou-me a face e estendeu-me a mão cerrada. Disse: "Abre-a". O meu coração fagulhava. Estiquei todos os dedos da sua mão, desfigurando a forma inicial. Um figo! Todos os momentos que passámos juntos sob a figueira concentrados naquele delicado fruto. Nunca esquecerei a sua figura enternecedora nesse instante.
"Foge!", disse ele. Seus olhos pareciam de fogo.
O jogo afigurou-se interminável e comecei a fugir.
Rita, 37 anos, Porto
Desafio nº 160 – plvrs com FAG, FIG, FOG, FUG

Chica ― desafio 189


Que sensação tão estranha: medo!
Ele surgia sem ser convidado, medo esse que cada vez mais frequente.
Medo que não a paralisava, medo que a deixava com muito medo de sentir novamente aquilo que a apavorava.
Medo de quê afinal sentia?
Medo esse seria inexplicado? Não, esse medo até talvez evitado poderia  ser.
Medo repetitivo, chato, causador de grandes olheiras.
Medo de não conseguir dormir, medo que  maridão  proporcionasse insônia, medo enfim outra noite de roncos  existir!
Chica, 70 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Desafio nº 189 ― muito medo…

Helena Rosinha ― desafio 188


Final do terceiro ato.  Ele impassível, pregado à cadeira; ela exultante, entre aplausos e bravos: “Uma codia fantástica! Argumento, actores, tudo cinco estrelas! Anda, Dionísio, estás à espera de quê? E o burlão, tão bem apanhado… Há pessoas assim, enganam meio mundo, o drama é quando a máscara cai e a justiça entra em cena.“ 
Às palavras da mulher, reage com um estremecimento, olhar alucinado, prenunciando tragédia iminente.  A máscara! Era isso. A dele começava a descolar. 
Helena Rosinha, 67 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Rosélia Bezerra ― desafio 189

Tenho medo de ser inconveniente, medo de ferir o coração alheio. Medo de julgar antecipadamente o semelhante. Medo de agir precipitadamente. Meu medo me leva a paralisar-me. Medo cruel que me empata de agir sem medo, com maior rapidez. Medo de ser uma tartaruga. Medo de me tornar uma antílope. Ah! Medo paralisante, estonteante.
Tanto medo que não passa de fantasma cerebral. Expulsa de mim, Senhor,  todo medo que seja puro engodo. Medo, afaste-se de mim, rapidamente!
Rosélia Bezerra, 64 anos, ES, Brasil
Desafio nº 189 ― muito medo…

Augusta Cabral ― desafio 184


Eu, lenha, tenho imenso orgulho de ser.
Podeis pensar, uma loucura. Ninguém liga a um pedaço de lenha.
Pensar que, com lenha de damasco e cerejeira, se alimenta a chama do templo do fogo do zoroastrismo, a primeira religião monoteísta ética da humanidade, no Irão há 1400 anos. 
Pensar que da lenha se faz o fogo, símbolo da purificação, mas a minha maior alegria é que com um tronco de mim,  aqueço quem mais precisam de calor.
Augusta Cabral, 77 anos, Campelos
Desafio nº 184 ― monólogo de lenha

Desafio nº 189

Que tal trabalhar hoje o ritmo do texto?
Vamos escrever um texto onde a palavra «medo» aparece a cada quatro, cinco ou seis palavras ― vamos fazê-lo num texto que, ao ser lido, demonstra uma pressa amedrontada, ou um medo cómico, ou até um medo sublimado!

Eu diverti-me imenso:
Os vestidos brilhantes metiam medo ao susto, não que fosse um medo irracional, era um razoável medo de cegar com tanta cintilância, medo de absorção de foleirice naftalínica, medo de cair na esparrela e, que medo!, vestir-se também assim, o medo real de ser contagiada, um medo de trazer um vestido de meter medo aos sustos dos outros, um medo de cegar com o brilho do medo dos outros, sendo pirosa, sem medo do ridículo, cintilando naftalina.
Margarida Fonseca Santos, 59 anos, Lisboa
Desafio nº 189 ― muito medo…

29/10/19

Maria João Cortês ― desafio 180

Depois do “acidente”, Ludo vivia enclausurada, por vontade própria. Não gostava de olhar o céu, ou talvez não gostasse que o céu a olhasse.
Quando tinha de sair, Ludo cobria-se com um chapéu de chuva preto para se resguardar. Apesar da troça que faziam, ela não se importava. Só à noite, noite escura, afastava os cortinados e então olhava o céu. A irmã ao vê-la, dizia-lhe:
Que se passa Ludo. Tens medo de cair entre as estrelas? 
Maria João Cortês, 76 anos, Lisboa
“A Teoria Geral do Esquecimento”, José Eduardo Agualusa
Frase “Que se passa Ludo. Tens medo de cair entre as estrelas?”
Desafio nº 180 ― 10 palavras do livro que estamos a ler

Maria C ― desafio 188


Uma vez por ano, a minha família reúne-se para observar as esTRElas cadentes. Organizamos um jantar em casa dos meus avós e, curiosaMENte, comemos sempre arroz de paTO. Ao anoitecer, deitamo-nos na relva a contemplar a exceCIonal paisagem e nunca ME ESqueço das magníficas sensações da brisa noturna, que cria um ESTREMECIMENTO no corpo inteiro. É formidável a maneira como ninguém se cansa e ficamos ali juntos até alta madrugada.Nunca olvidarei estes dias mágicos em família!
Maria C, 9.º ano, Colégio Paulo VI, Gondomar, Prof.ª Raquel Almeida Silva
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

28/10/19

Tomás B ― desafio 166


Elias Tolo, um velho habitante da aldeia de Caramuja, no alto na serra, tinha um sonho: ficar rico. 
Estava Elias a lavrar na eira quando ouviu um grito de socorro, vindo da casa mais rica da aldeia. Era a senhora da casa pendurada com as pernas na varanda. Elias pegou na carroça da palha e a senhora aterrou. 
Afinal Elias de tolo só tinha o nome. Como recompensa ganhou uma pequena fortuna. O sonho começou a realizar-se…
Tomás B, 6º F, AE Infante D. Henrique – Viseu, prof Ana Paula Carlão
Desafio nº 166 – Elias de Caramuja (com alguma liberdade)

Rodrigo L ― desafio 166

Elias Tolo era um velho habitante da aldeia de Caramuja no alto da Serra e queria ir viver para a cidade para estar mais próximo do filho, então arrumou as suas coisas e segui de carro para lá. A meio do caminho o carro parou na neve.
Como ele tinha muitas ovelhas também as levou com ele, mas como era tolo subiu para cima de uma ovelha e foi até á cidade onde viveu feliz para sempre! 
Rodrigo L, 6º F, AE Infante D. Henrique – Viseu, prof Ana Paula Carlão
Desafio nº 166 – Elias de Caramuja (com alguma liberdade)

Madalena R ― desafio 166

Elias Tolo, um velho habitante da aldeia de Caramuja, no alto da serra, que guardava um segredo. 
Elias Tolo gostava muito de trocar as identidades dos animais, sempre que via um, pegava na sua borracha e apagava uma parte de um animal, e com a sua caixa infinita de marcadores inventava outra parte para esse animal que achasse que lhe ficava melhor. Os animais ficavam estranhíssimos, uma vez até pôs pernas de sapo num elefante. 
Pobres animais! 
Madalena R, 6º F, AE Infante D. Henrique – Viseu, prof Ana Paula Carlão
Desafio nº 166 – Elias de Caramuja (com alguma liberdade)

Filomena Galvão ― desafio 188


Abriu o jornal, viu em parangonas: «Tremor de terra abala o país!»
Esta não era totalmente uma notícia falsa, mas reportava ao século passado. Assinalava-se o cinquentenário do sismo que teve epicentro no Atlântico a sudoeste do Cabo de São Vicente, com magnitude de 7,9. Tinha oito anos. Tivera um enorme susto. Não lhe caiu um piano de brincar em cima, por sorte. Mas a cama fora uma autêntica bailarina. Ainda tem um estremecimento só de lembrar.
Filomena Galvão, 58 anos, Corroios
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Augusta Cabral ― sem desafio

Fui à janela ver como estava o tempo. Que linda manhã! O meu pinheiro parece que me dá os bons dias, quando vou espreitar à janela de manhã. O meu pinheiro faz-me tanta companhia. Parece que me protege tal como aos inúmeros pássaros que por lá andam num vai e vem contínuo.
Pudesse toda a gente sentir, que uma qualquer árvore pode aconchegar-nos a alma quando precisamos dele. O meu pinheiro é como o colo da mãe.
Augusta Cabral, 77 anos, Campelos

Augusta Cabral ― sem desafio

Ainda não esqueci a foto que recebi há dias, de uma criança síria que tapava os olhos da sua boneca para que não visse o horror que estava a acontecer. Ela queria proteger a sua boneca, mas não tinha quem a protegesse a ela. Chegará a crescer, onde, como, quando irá acreditar que é possível viver onde não seja preciso tapar os olhos para não sofrer. 
As crianças sírias de todo o mundo clamam desesperadamente pela paz.
Augusta Cabral, 77 anos, Campelos

25/10/19

Paulo Lino ― desafio 164

Uma ilha no fundo do mar ― estranho! Será que tem habitantes? Talvez haja amigos com quem falar. Não vejo nada!
Repentinamente, saiu intenso fumo ― será que alguém cozinha? Nada disso, este fumo vem do interior da terra.
A ilha começou a tremer violentamente, as águas começaram a aquecer, um rio alaranjado emergiu.
Nadei rapidamente para a superfície e deparei-me com uma nuvem de cor e movimento, que originou uma ilha enorme, até à superfície do mar ― vitória!
Paulo Lino, 18 anos, Alcobaça
Desafio nº 164 ― imagem de navio afundado

Carla Silva ― desafio 175


Continuar
Podia fazer como sempre, fingir que não ouvira. Afinal, fazia-o há anos tentando evitar mais discussões.
Seria apenas mais um silêncio entre eles e depois disso ele iria afastar-se por algum tempo. Podia, e devia, pedir-lhe perdão por tanta frieza afinal, mesmo contra ambas famílias ele continuava persistindo. Seria idiota não reconhecer como ele era paciente.
Depois de tudo insistia em lutar por eles. 
Talvez um dia, ao contrário de o ignorar, ela ignorasse quem os rodeava.
Carla Silva, 45 anos, Barbacena
Desafio nº 175 ― ritmo do texto predefinido

Elsa Maria ― desafio 188

Um estremecimento apoderou-se do seu corpo. O canto dos pássaros trouxe-lhe à memória o relacionamento do seu pai com estas frágeis criaturas. A ternura com que lhes pegava e a maneira como comunicava com eles deixava-a embevecida. Um ritual diário que lhe dava alguma paz interior.
O contacto com a natureza sempre o fascinara.
No dia da sua partida, fizeram uma tremenda algazarra. Por certo sentiram que o seu cuidador não mais lhes proporcionaria tão belos momentos.
Elsa Maria, 55 anos, Lisboa
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

23/10/19

Helena Rosinha ― desafio 187


― Desanda! Estou farto de charlatães.
― Escuta, Joselino: tu tens um rebanho, eu vendo bandoletes; compras-me meia dúzia e dou-te sociedade. Fiz contas, ficamos ricos num instante.
― Hã? Troca lá isso por miúdos.
― Estratégias de marketing — agarras num animal, pespegas-lhe uma bandolete e passeia-lo pela aldeia; no dia seguinte, fazes o mesmo com outros dois, até que…
― … mas que jeito tem isso?
― Calma! O bicho é um “influencer”. A carneirada vai toda seguir a moda… E nós faturamos!
Helena Rosinha, 67 anos, Vila Franca de Xira
Desafio nº 187 ― Joselino e a proposta

22/10/19

Maria Santos ― desafio 188

Em estremecimento, acordei a pensar no meu futuro. Vieram à minha mente pensamentos sobre a forma como irei viver a minha vida ― que amizades farei, onde viverei, qual será o meu trabalho? Todos eram sonhos realizáveis. Tive medo de pensar em acontecimentos negativos, tremi, não vá eles acontecerem.
De repente, tocou o despertador a chamar-me para a vida. Lembrei-me que hoje era um dia especial – eu ia ao cinema, pela primeira vez, com o meu namorado, Vítor.
Maria Santos, 17 anos, Alcobaça
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Theo De Bakkere ― desafio 188


O anel de duendes
De repente ouviu-se uma ululação demorada. Avó espreitava com medo através das cortinas nas trevas. Não era a única com angústia. O gato escondera-se, e a cadelinha começava a uivar junto com esses seres mortos na mata. Embora avó quase morresse de pavor, não falaria a ninguém sobre o acontecimento atroz.
Também guardava silêncio quando os netos, sem estremecimento, zombaram de bruxas e do anel de duendes que viram na clareira. Porém, avó sabia efetivamente: fantasmas existem.
Theo De Bakkere, 67 anos, Antuérpia Bélgica
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Graça Pinto ― desafio 188

Hoje uma das redes sociais postou uma foto fazendo-me reviver um momento que jamais esquecerei.
O primeiro impacto, num estremecimento, fez-me chorar.
Chorei de saudade, da falta de TI, desta dor tremenda que dói, dói tanto, cá dentro…, num coração cioso do teu carinho.
Sabes que sempre te amei, disse-to tantas vezes, mas hoje ao ver a tua foto de sorriso rasgado como eu  tão bem conhecia, desejei como nunca poder reviver nossos momentos únicos.
Amo-te “MÃE”
Graça Pinto, 61 anos, Almada
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

21/10/19

Natalina Marques ― desafio 188


― Mãe, a Margarida, EScondeu o meu caderno, já procurei enTRE as coisas dela, mas não encontro.
Um ESTREMECIMENTO esquesito apoderou-se dela.
― Não tenhas MEdo, tem que aparecer, vai lá aCIma ao escritório do pai, na secretária há um compartiMENto, onde costuma pôr os brinquedos.
― O caderno não encontrei, só esta foTOgrafia de uma mulher que não conheço.
― Já te apanhei...!
― O que foi mamã?
― Nada, mas não te admires, se o teu pai amanhã estiver no hospital.
Natalina Marques, 60 anos, Palmela
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Verena Niederberger ― desafio 188

Joana ainda não estava livre da virose.
Seu corpo tremia, tosse não tinha fim.
Chupava pastilhas de menta precisava urgentemente sarar.
Tomava chá de camomila, efeito não fazia.
Rouquidão foi tomando conta, não conseguia falar.
Menina foi ficando intedeada marcou uma balada.
Namoradinho aflito precisava muito ver a amada.
Mãe ficou irritada, como iria a balada?!
Joana bateu a porta, foi ao cinema
Mãe e filha ficaram sem se falar...
Entre as duas era visível o
ESTREMECIMENTO.
Verena Niederberger, 68 anos, Rio de Janeiro - Brasil
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Roselia Bezerra ― desfio 188


Um sonho da espera da casa própria tão necessária incentivou a várias famílias. Mentalizado os proventos, toda família começa a economizar com consciência do progresso financeiro que mereciam.
Sonho realizado com sacrifícios de todos, mas um estremecimento no prédio por reformas mal estruturadas, quebrando os pedreiros os cimentos das vigas de sustentação, fez o sonho da casa própria se desmoronar.
Resultou em vidas ceifadas, futuros destruídos e trevas eternas talvez...
Quiçá possam novamente se reerguerem?
Oxalá aconteça!
Roselia Bezerra, 65 anos, ES, Brasil
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Rosário Oliveira ― desafio 188


Olhou para ela nos olhos e o estremecimento foi grande e tremeu todo. Sabia que o que tinha feito merecia castigo. Partira o retrato da avó Estrela que estava na cómoda antiga virada para a sacada onde ela costumava olhar a rua e os transeuntes domingueiros que passavam debaixo das escadas. Na cidade não havia outra vista assim e o sentimento de vazio encheu-lhe os olhos enquanto pegava na folha a preto e branco e a beijava. 
Rosário Oliveira, 53 anos, Leiria
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Toninho ― desafio 188

Manchas assassinas
Estado de alerta pelo Nordeste.
Manchas pegajosas invadem praias, mangues disseminando fauna, flora pelos trechos atingidos. Marisqueiros, pescadores desesperados sem metodologia para estancar a contaminação.
Perde-se tempo precioso sobre origem do petróleo, enquanto a mancha avança. O Brasil tem estranho comportamento diante catástrofes, não se entende, inercia total dos responsáveis pela navegação e meio ambiente. Pela inerte ação presidencial especula-se, em origem no estremecimento com os governadores nordestinos. Seria ridículo e inaceitável. As praias são de todos.
Toninho, 63 anos, Salvador-Bahia-Brasil
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Maria Silvéria dos Mártires ― desafio 188


EScolhas que vou fazendo
E enTRElaçando no meu coração
Enchem-Me de espanTO e alegria
As quais transformo em poesia.
Por vezes provocam estremecimento
Todo meu ser, meu espírito, meu corpo se arrepia.
São poemas da natureza cuja beleza extasia.
Cheiram a mel, a esteva e rosmaninho.
A uvas, vindimas de setembro e outubro
E recordo com amor carinho e deliciosaMENte
Assim como lembro o Natal e dezembro
O Deus menino, José e Maria que minha alma acariCIA.
Maria Silvéria dos Mártires, 72 anos Lisboa
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento


Paula Castanheira ― desafio 187


― Você outra vez?
― Senhor Joselino, prometo-lhe que vai ficar rico!
― Ora, ora onde já se viu?
― As suas ovelhas vão produzir cinco litros de leite. Por dia!
― Senhor…
― Bonifácio Freitas.
― Olhe, Bonifácio, já não tenho idade para tantos disparates.
― Mas é verdade. Basta colocar o microchip sob a pele do animal.
― Não tenho dinheiro para isso.
― É um investimento certeiro.
― Microchip que põe as ovelhas a ouvir música clássica, hahahahah…
― Ficam felizes, produzem mais.
― Oh, valha-me Deus!
Paula Castanheira, 55 anos, Massamá
Desafio nº 187 ― Joselino e a proposta

20/10/19

Isabel Sousa ― desafio 188

A cabeça de Ricardo tremia, ao lembrar-se de tantas injustiças. Cada passo, cada palavra, ou cada pensamento, faziam-no relembrar os pavorosos acontecimentos. Era algo que jamais poderia esquecer – coração filial, dilacerado pela espada da separação.
estremecimento da culpa era inquestionável, fora mandatado. Contudo, o arrependimento dominava-lhe a existência. Todos os seus movimentos eram geometricamente controlados – o medo dominava-o.
Quando sentia a esperança do regresso, os olhos agigantavam-se, o pensamento equilibrava-se, doando um largo sorriso ao mundo.
Isabel Sousa, 38 anos, Lisboa 
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Maria João Cortês ― desafio 161


Lá estava o VELHO sentado no CHÃO a tocar FAGOTE. BONÉ às três pancadas e casaco a cheirar a MOFO, passava o dia a PRATICAR como um VÍCIO TÓXICO difícil de largar. Nem uma MOSCA pousada no nariz o fazia perder o RUMO.
Os miúdos da aldeia desafiavam-no à TRIPA forra e algum mais atrevido, tentava atingi-lo com a FISGA. Outros havia a oferecer-lhe uma garrafa de AZEITE ou um pãozinho de CEREAL para entreter a fome.
Maria João Cortês, 76 anos, Lisboa
Desafio nº 161 – 14 palavras com fisga

Chica ― desafio 188


Época de muitos estudos, perto prova Vestibular. 
Tremiam as pernas de todos alunos que durante anos se prepararam e esperavam a vaga alcançar. Meninos e meninas compenetrados. Nem às festas na cidade compareciam.
Isso causava até estremecimento de relações.
Enfim, chega o dia dos resultados serem divulgados e, com o coração tremendo de emoção, conseguem a aprovação. 
Momento inesquecível! O esforço foi compensado. Agora mais e mais estudo para o diploma conseguir! 
Mais um objetivo a seguir! 
E depois?
Chica, 70 anos Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

Desafio nº 188

Vamos construir um texto em 77 palavras com a seguinte regra: 

As palavras obrigatórias (devem ser 6) têm uma sílaba em comum com a palavra ESTREMECIMENTO! E esta palavra entra no texto.

ES  TRE  ME  CI  MEN  TO

O meu ficou assim:
Atreve-te! ― gritaste como se eu fosse culpada pela nódoa negra que tens na cara. ― Mentiste-me!!!
Nem um estremecimento senti. A velocidade do meu cérebro deixava os olhos a vaguear. Isso assustou-te, bem sei, ficaste atolado no teu próprio descalabro. Procurei a saída. Mentalizara-me para o fim do namoro. Vacilavas entre a bancada e a garrafa quase vazia. Desequilibraste-te, contornei-te e abri a porta. Fugi. Só estranhei a ausência de remorsos, mas agora era tempo de recomeçar.
Margarida Fonseca Santos, 59 anos, Lisboa
Desafio nº 188 ― sílabas de estremecimento

19/10/19

Apoio às escolas: set/out 2019

É verdade, já existe material para ir preparando o arranque do ano.

Está AQUI, na Página de Apoio às Escolas, das Histórias em 77 Palavras, para os professores que queriam usar esta ferramenta - vale a pena!

Inês N ― desafio 181

Hoje acordei com o sol na cara e uns grãos de areia de criatividade. Na aula de E.V. fiz um grande desenho de um mar de corações. Adoro ler, fazer a minha leitura matinal. Eu tenho um grande amigo, e esse amigo é o meu livro favorito. A história de hoje falava sobre um menino que tinha uma picada no braço em forma de flor, que tinha feito um grande farnel com pão e creme de avelã.
Inês N, 6ºB, Escola Dr. Costa Matos, Gaia, prof Cristina Félix
Desafio nº 181 ― sequência imposta sem praia

Jorge ― desafio 163

Agricultura é uma atividade que nos fornece uma alimentação saudável. 
cultura da pereira é a minha favorita, porque dá-nos boa fruta. Agir com cuidado é uma das obrigações de qualquer agricultor. Na altura das colheitas haverão cuidados redobrados, os frutos podem estragar-se. 
Pela rua, os aromas dos frutos animam todos os transeuntes levando-os a rir. As adiafas dão alegria contagiante, a todos os intervenientes no ritual. Ficamos com arcas cheias e rostos empolados de tanta folia.
Jorge, 21 anos, Alcobaça
Desafio nº 163 ― palavra grande gera mais 6

Tiago B e Beatriz F ― desafio 35

Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos, para ouvir os seus lindos trinados e sentir a leveza das suas penas.
Quando eles aparecem nos beirais, percebo algumas das mensagens. Transmitem-me alegria, tristeza ou informações. Por isso digo: vim ao mundo para os perceber.
Hoje de manhã, algo estranho aconteceu. Quando estava no meu escritório, apareceu um mensageiro ― não o percebi, mas sei que era importante, pois senti-o nervoso. Ignorei-o propositadamente, porque eu tenho abundância de ser feliz.
Tiago Bento e Beatriz Fonseca, 16 e 17 anos, Alcobaça
Manoel Barros – Respeito entre animais - «Eu fui aparelhado para gostar de passarinhos» e «tenho abundância de ser feliz»
Desafio nº 35 – partindo de dois versos de autor

17/10/19

Eduardo N ― desafio 80


Sim, já passou mais um ano e a aranha continua sozinha neste Natal.
O seu marido falecera há dois anos e, desde então, nunca mais teve um dia feliz. Os Natais que passava com o marido «eram os melhores», dizia.
Durante aquela noite, apareceu um caranguejo que lhe contou a sua história e era muito semelhante. Essa história reconfortou-a, pois sentiu que, na verdade, não era a única!
Depois de muita partilha, pediram um desejo: ficarem juntos...
Eduardo N., 12 anos – Colégio Paulo VI, Gondomar, Prof.ª Raquel Almeida Silva
Desafio nº 80 – o Natal da aranha

Rafaela ― desafio 35


Crianças
Pensem nas crianças
Que trazem esperança.
Pensem nas meninas
Rosa ou azul,
Em alegria se tornam.
Pensem nos meninos.
Bola ou boneca,
Princesa ou sapinho,
Fantasia ou não,
Somos todos crianças.
Pensem nas mulheres
Que vivem com medo.
Pensem nos homens
Que são julgados
De qualquer forma.
Com medo da sociedade.
Pensem nas flores
Arrancadas e amassadas,
Que às vezes são usadas
Como forma de perdão.
Pensem na vida.
Vivam como as crianças.
São alegres e francas.
Rafaela, 14 anos, CEF 214 Sul, Brasília, Brasil, professora Celina Silva Pereira
“Pensem nas crianças” (“A rosa de Hiroshima” – Vinicius de Moraes)
“São alegres e francas” (“As borboletas” – Vinicius de Moraes)
Desafio nº 35 – partindo de dois versos de autor

Eduardo N ― desafio 87


Sempre ouvi falar bem dos Açores, embora nunca tivesse lá ido!
Um dia, a minha mãe perguntou-me o meu destino predileto e respondi: “ Açores!”
Viajámos, então, até São Miguel, onde visitámos vários lugares. O meu preferido? A Lagoa das Sete Cidades. Inicialmente, pensava que era um rio, uma ponte... Mas não! Eram duas bonitas lagoas de diferentes cores!
Depois, passámos por um café, bebemos chá e comemos queijo de cabra!
Sem dúvida, as melhores férias de sempre!
Eduardo N., 12 anos – Colégio Paulo VI, Gondomar, Prof.ª Raquel Almeida Silva
Desafio nº 87 – ponte, rio, cabra

15/10/19

Natan e Celina Silva Pereira ― desafio 35

Sorveteria
Quem sabe um dia
eu vou à sorveteria
para passar o dia
com a minha tia.

Eu vou pedir um
sorvete de chocolate
porque lá perto o
cachorro late.

Oh! Não! Chegou
o meu irmão,
e ele pediu um
sorvete de limão.

Meu coração é um
Sorvete colorido
De todas as cores,
E é saboroso de
Todos os sabores.

Meu coração ainda
Vai derreter e amar.
Ainda vou crescer.
Mais sabores vou viver.
Coração meu, meu coração.
Natan, 13 anos, CEF 214 Sul, Brasília, Brasil e profª Celina Silva Pereira
Desafio nº 35 – partindo de dois versos de autor
"Quem sabe um dia" - Mário Quintana
"Coração meu, meu coração" - Caio Fernando Abreu

Fernando Morgado ― desafio 161


velho parecia uma fisga a caminhar sem rumo no chão peregrino dos seus desmandos. Sem nunca largar o fagotevício que o acalmava, nem o boné a cheirar a mofo, talvez do sebo já tóxico da sua cabeça careca, cabeça de mosca, como diziam, lá ia ele aldeia afora roubar cereal e azeite em casas alheias. Não era homem de boas práticas, só gostava de praticar a maldade.
Dizia chamar-se João Tripa, e mais nada dizia!
Fernando Morgado, 64 anos, Porto
Desafio nº 161 – 14 palavras com fisga

14/10/19

Daniel C ― desafio 181


Era um dia sol quente
E o nosso mosquito
Estava contente
Com um plano
Para ferrar toda gente.

Primeiro um gato
Pela areia dele se escondeu
Mas quando ia defecar
O mosquito lá o mordeu.

Este ficou cansado
E foi à beira mar,
Onde a um clube de leitura
Com um amigo se foi juntar.

Cheios de fome,
Na mão de alguém deram uma picada,
E foi um ótimo farnel!
A vítima foi buscar um creme calmante.
Daniel C, 6ºB, Escola Dr. Costa Matos, Gaia, prof Cristina Félix
Desafio nº 181 ― sequência imposta sem praia