Guardava aquela pedra,
como se fosse o bem mais precioso que havia ao cimo da terra. Tinha-lhe sido
oferecida, quando ainda era jovem, por um rapaz de quem chegou a estar noiva.
Por vezes, ainda se sentia nas nuvens como naquele dia longínquo. Ajeitou a lenha
na lareira e dispôs-se a ler algumas páginas do livro que tinha comprado há
dias. Não conseguia concentrar-se. Aquele dia tinha deixado marcas. Era como se
tivesse uma pedra no sapato.
Emília Simões, 67 anos, Mem-Martins
Desafio nº 162 ―
pedra, nuvem, terra e lenha como indutoras
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